O despertar do mágico: religiosidade e misticismo na arte iconoclasta de Farnese de Andrade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Paula, Kelmer Esteves de lattes
Orientador(a): Domingues, Beatriz Helena lattes
Banca de defesa: Lima, Marcelo Ayres Camurça lattes, Daibert Júnior, Robert lattes, Lino, Sonia Cristina da Fonseca Machado lattes, Pereira, André Luiz Tavares lattes, Catta, Luiz Eduardo lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17108
Resumo: A presente tese aborda a obra tridimensional do artista contemporâneo Farnese de Andrade (1926-1996), destacando os elementos de religiosidade e misticismo que são recorrentes em sua produção. A análise aqui empreendida demonstra como Farnese se apropria de códigos tradicionais e populares de representação da arte religiosa e como seus objetos propõem ao observador um tipo de obra que deixa entrever os limites entre apreciação estética e atitude devocional. Ressalta-se, nesse sentido, os procedimentos artísticos alusivos a esses códigos e que podem ser repertoriados também nas obras de outros artistas contemporâneos, mas que em Farnese retomam uma reverência ambígua. Desse modo, procura-se evidenciar a constituição da obra e a construção da personalidade artística de Farnese como expressivas de uma subjetividade contemporânea. O exame, propriamente, dos objetos farnesianos toma emprestado o conceito de mestiçagem, o que aponta para a tensão que perpassa os elementos heteróclitos apropriados, remissivos, em grande parte, a um imaginário religioso: imagens de santos, oratórios, ex-votos, além de referências explícitas à cultura material das religiões afro-brasileiras. A inflexão da obra para uma particularíssima escatologia de caráter místico-esotérico também é evidenciada. Portanto, ao que parece, num contexto de experimentações artísticas e religiosas, a obra iconoclasta de Farnese de Andrade pode ser definida como reflexiva das ambigüidades do campo religioso brasileiro e das contradições inerentes ao processo de secularização.