Enxaguantes bucais e interferências na microbiota bucal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dias, Priscila Karla Silva lattes
Orientador(a): Diniz, Cláudio Galuppo lattes
Banca de defesa: Machado, Fernanda Campos lattes, Silva, Carolina dos Santos Fernandes da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15445
Resumo: A cavidade bucal constitui um sítio anatômico peculiar. Suas características permitem o desenvolvimento de uma comunidade microbiana típica, bastante diversificada e que se altera durante os diferentes períodos da vida tendendo, como microbiota residente, a um estado de equilíbrio que resulta na manutenção da saúde.Entretanto, caso esse equilíbrio seja quebrado, a microbiota pode se portar como agressora oportunista ou deixar de exercer seu efeito barreira contra microrganismos exógenos potencialmente patogênicos. É nesse contexto que a utilização de enxaguantes bucais com ação antimicrobiana, os antissépticos, ganha importância frente a possibilidade desses produtos estarem contribuindo para a alteração da microbiota bucal. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar comparativamente a ocorrência de bactérias de interesse clínico na cavidade bucal indicadoras de desequilíbrio microbiano e traçar um perfil clínico-epidemiológico dos indivíduos que fazem uso regular desses enxaguantes. Os voluntários foram submetidos à inspeção da cavidade bucal visando à análise de suas condições de saúde. As informações obtidas foram registradas em uma Ficha Clínica. Após serem submetidos a uma triagem os voluntários deram origem aos dois grupos de estudo: o Grupo Controle (n=15) constituído pelos participantes não usuários de antissépticos bucais e o Grupo Teste (n=15), constituído por usuários regulares de de tais produtos, ou seja, aqueles que utilizam o produto pelo menos 1 vez por dia, todos os dias. Amostras de saliva estimulada foram submetidas a análises dependentes de cultivo para avaliar os microrganismos presentes. Placas com crescimento viável tiveram seus morfotipos quantificados e caracterizados de acordo com sua macro morfologia e foram posteriormente, identificados por testes bioquímicos convencionais. Foram observadas diferenças no perfil clínicoepidemiológico entre os participantes dos diferentes grupos.Trinta e dois morfotipos foram caracterizados, mantendo-se a prevalência de microrganismos gram-positivos sobre os organismos gram-negativos. Tais morfotipos foram agrupados em 05 grupos bacterianos que demonstraram ocorrências comuns entre os grupos de estudo e uma distribuição diferenciada pelo uso de antissépticos. Os resultados encontrados permitem sugerir que a utilização regular de antissépticos altera a microbiota bucal uma vez influência na distribuição dos grupos bacterianos. Tal alteração pode influenciar no mecanismo de regulação saúde x doença e resultar em processos infecciosos tanto por colonização de espécies exógenas como por proliferação de espécies residentes.