Consumo alimentar em portadores de doença renal crônica em tratamentos conservador: carga ácida da dieta e grau de processamento dos alimentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Soares, Iris Teixeira lattes
Orientador(a): Netto, Michele Pereira lattes
Banca de defesa: Sartorelli, Daniela Saes lattes, Faria, Eliane Rodrigues de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11856
Resumo: A perda progressiva da função renal leva a uma incapacidade dos rins em eliminarem resíduos nitrogenados, regular o balanço de líquidos, produzir o hormônio eritropoietina e manter o equilíbrio de eletrólitos e ácido-base. O consumo alimentar está envolvido na acidose metabólica devido a absorção de ácidos e bases derivadas dos alimentos. A dieta ocidental, vem ganhando espaço em países em desenvolvimento como o Brasil e caracteriza-se pelo consumo de alimentos de origem animal, produtos industrializados e baixa ingestão de frutas, verduras e legumes. Esse padrão de consumo alimentar correlaciona-se fortemente com a formação de precursores ácidos no organismo, perturbando o equilíbrio ácido-base e predispondo o desenvolvimento de acidose metabólica e outras comorbidades associadas a DRC doença renal crônica (DRC). Além disso, o consumo elevado de alimentos ultraprocessados vem sendo associado com maior risco de mortalidade. Objetivos: Avaliar o consumo alimentar de portadores de doença renal crônica pela carga ácida da dieta e o grau de processamento dos alimentos. Metodologia: Estudo epidemiológico, de delineamento transversal, incluindo portadores de DRC nos estágios 3 a 5. Foram obtidos dados socioeconômicos (idade, sexo e escolaridade), clínicos, antropométricos (peso, altura, perímetro da cintura e composição corporal por bioimpedância bipolar e tetrapolar) e do consumo alimentar pelo R24h recordatório alimentar de 24 horas (R24h) e o questionário de frequência alimentar (QFA). Para avaliação da ingestão de macronutrientes e micronutrientes, foi utilizado o software DIET PRO versão 5.0 e para o ajuste da ingestão usual o Multiple Source Method (MSM). Posteriormente, foi utilizado a equação do potencial de carga ácida renal (PRAL) para calcular a carga ácida dieta, já na avaliação do consumo por grau e processamento, foram divididos os seguintes grupos: alimentos in natura, minimamente processados e ingredientes culinários (G1), alimentos processados (G2) e alimentos ultraprocessados (G3). Resultados: Avaliou-se 176 indivíduos, onde, 55,7% eram do sexo masculino, 60,2 % estavam do estágio 3 da DRC, 44,3% possuíam DM e HAS, com idade média de 69,5 ± 11,1 anos, 80,7% eram idosos, 77,3% eram analfabetos ou possuíam o ensino fundamental incompleto e 60,2 % estavam acima do peso. A mediana do PRAL foi de -4,43 (meq/dia) com mínimo de -29,87 e máximo de 20,13. Na análise de regressão linear múltipla as variáveis, ingestão usual de fibras (ß= -0,68; p < 0,001) lipídeos (ß= 0,34; p< 0,001) e a frequência anual do consumo de carne bovina (ß= 9,51; p<0,001) influenciaram independentemente nos valores do PRAL da dieta. A inadequação de fibras esteve presente em 96,6 %, cálcio em 100%. A ingestão média de energia foi de 1183,71 kcal/dia. A participação do consumo total de energia, do G1, foi em média 71,32%, G2 foi em média 19,22% e G3 9,46%. O consumo de calorias do G1 foi maior em homens e do G3 em adultos. Conclusão: A ingestão de fibras contribuiu numa menor produção de ácidos em seu metabolismo, já o consumo de lipídios e carne bovina contribuíram no aumento da carga ácida da dieta, em portadores de DRC, em tratamento conservador. Foi encontrada uma baixa ingestão energética diária e o consumo de alimentos in natura, minimamente processados e ingredientes culinários, foi superior no sexo masculino e o consumo de alimentos ultraprocessados na população adulta.