Mulheres curadoras e saberes terapêuticos-mágico-religiosos em Colares, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silveira, Dayana Dar’c e Silva da lattes
Orientador(a): Lima, Marcelo Ayres Camurça lattes
Banca de defesa: Berkenbrock, Volney José lattes, Maués, Raymundo Heraldo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1632
Resumo: Esta pesquisa é resultado de um estudo sobre os conhecimentos mágico-religioso-terapêuticos de duas senhoras curadoras de Colares, município localizado em uma ilha no nordeste do estado do Pará, marcado por significativa herança indígena, colonizada por frades jesuítas e muito conhecida pelo suposto aparecimento de OVNIs, na década de 1970. Dona Maria é católica e de saberes amplos; prepara banhos, chás, emplastros e perfumes que são usados como atrativos financeiros, amorosos, como proteção e cura de doenças espirituais. Dona Ana, por sua vez, é evangélica, possui um saber especializado, que são as suas chamadas “garrafadas”, compostos que misturam tanto elementos medicinais como mágicos. A pesquisa se propôs como problema a relação entre essas duas mulheres, os saberes tradicionais com plantas e suas vivências e trajetórias religiosas. A primeira hipótese levantada foi a de que essa relação entre plantas, religião e magia é fundamental na vida das duas curadoras, possibilitando renda complementar, sentido de vida e reconhecimento simbólico e social. Como segunda hipótese, argumentou-se que existem dois modos de articulação entre o uso mágico-terapêutico das ervas, quais sejam: a vivência religiosa e os saberes da tradição, repassados oralmente mediante processos de iniciação e cura. Para avançar nas hipóteses previamente propostas, este estudo lançou mão de entrevistas semiestruturadas e observações de campo, interpretando a forma como ambas as curadoras de Colares articularam, em suas vidas, o saber sobre o uso das plantas, seus usos mágico-terapêuticos e os problemas pessoais que surgiram do decorrer de suas trajetórias.