ATP difosfohidrolase em formas promastigotas de Leishmania (Viannia) braziliensis: caracterização e análise de domínios compartilhados com a apirase de Solanum tuberosum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Soares, Fabrícia Aparecida Rezende lattes
Orientador(a): Vasconcelos, Eveline Gomes lattes
Banca de defesa: Pinheiro, Carla Mônica lattes, Coimbra, Elaine Soares lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5566
Resumo: Uma ATP difosfohidrolase foi identificada em promastigotas de Leishmania braziliensis, e resultado similar foi encontrado em outra cepa de Leishmania, pertencente ao Complexo Leishmania braziliensis. Hidrólise de nucleosídeos di- e trifosfatados sob estímulo de íons bivalentes, associada à inibição por azida sódica, sugeriram que atividade ATP difosfohidrolásica está presente em promastigotas. Western blots desenvolvidos com anticorpos anti-apirase de batata produzidos em coelho revelaram bandas de 48 e 43 kDa, possivelmente sub-unidades da mesma proteína. Estes anticorpos imobilizados em Proteína A-Sepharose depletaram aproximadamente 85% da atividade ATPásica ou ADPásica da ATP difosfohidrolase solubilizada em C12E9. O complexo imunoprecipitado (resina-anticorpo-antígeno) foi separado por SDS-PAGE. Através de western blots desenvolvidos com anticorpos anti-apirase de batata produzidos em camundongos, a mesma banda de 48 kDa foi identificada nas duas cepas, confirmando que as proteínas do parasito e da batata compartilham epítopos. Além disso, o peso molecular coincidente sugeriu que esta ATP difosfohidrolase corresponde a um nucleosídeo difosfatase identificada no genoma de L. braziliensis como pertencente à família das NTPDases. Estreita relação estrutural e evolucionária foram então demonstradas entre a apirase de batata e a NDPase de L. braziliensis por cladograma, alinhamento de seqüências de aminoácidos, predição de epítopos e modelagem molecular. Domínios específicos parecem estar potencialmente envolvidos na resposta imune do hospedeiro, conservados entre estes diferentes organismos. Devido a esta imunoreatividade cruzada observada entre a apirase de batata e a ATP difosfohidrolase de L. braziliensis, também sugerido por análises in silico, western blots foram desenvolvidos com soros de pacientes com LTA, e os resultados sugeriram que estes epítopos compartilhados são antigênicos para o humano. Os níveis de anticorpos contra a proteína vegetal ou contra o homogeneizado de L. braziliensis foram então analisados em 21 amostras de soros de pacientes com LTA. Aproximadamente 84% deles têm soropositividade de IgG para Lb ou apirase de batata. Correlação positiva foi observada entre os níveis de IgG e os níveis elevados dos subtipos IgG1 e IgG3 contra Lb, ambos com 76% de soropositividade em pacientes com LTA. Interessantemente, aumentos significativos dos níveis de IgG1 (71% de soropositividade) e IgG3 (43% soropositividade) contra a apirase de batata foram também observados. Elevada soropositividade de IgG4 para Lb (62%) e apirase de batata (48%), mas não de IgG2 (<24%), evidenciaram que a ATP difosfohidrolase do parasito é também capaz de estimular este subtipo de IgG. Soropositividade de IgA para Lb ou apirase de batata foi de 62% e 14%, respectivamente, enquanto para IgM ou IgE foi baixa em ambas preparações (<14%). Estes resultados sugerem que os domínios compartilhados entre a apirase de batata e a ATP difosfohidrolase de L. braziliensis contribuem com a elevação de IgG contra antígenos de promastigota, associada a maior produção de IgG1, IgG3 e IgG4. Esta é a primeira demonstração de uma ATP difosfohidrolase ativa em promastigotas de L. braziliensis, de sua imunoreatividade cruzada com anticorpos anti-apirase de batata, e de propriedades antigênicas dos domínios conservados entre elas em pacientes com LTA. Estudos destes domínios compartilhados poderão levar ao desenvolvimento de novas drogas, marcadores moleculares ou vacinas.