Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Dias, Graziany Penna
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Orientador(a): |
Rodrigues, Rubens Luiz
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Banca de defesa: |
Martins, André Silva,
Nozaki, Hajime Takeuchi,
Ramos, Marise Nogueira,
Silva, Reneta Maldonado da |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10755
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Resumo: |
A presente pesquisa tem como objeto o avanço do empreendedorismo na educação, via política pública do governo federal por meio do Pronatec Empreendedor, uma sub-ação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) e que foi firmado entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Nacional (SEBRAE) e o Ministério da Educação (MEC). Para o presente estudo nossa questão central é a seguinte: Qual a perspectiva ideológica, política e pedagógica do empreendedorismo e educação e qual a repercussão desse ideário no Pronatec Empreendedor para a formação do trabalhador no século XXI? A presente pesquisa tem como abordagem o materialismo histórico-dialético entendido como um método que tem a preocupação crítica de desvelar a realidade para além dos conflitos de interpretações, desvendando o conflito dos interesses. As categorias do método que foram utilizadas foram Totalidade, Contradição, Mediação e Práxis. As categorias específicas de análise foram Ser Humano, Trabalho, “Trabalho e Educação” e Sociabilidade. A partir da pesquisa documental, foram investigados os materiais do Pronatec Empreendedor, voltados aos docentes e discentes, das fases de “Sensibilização” e de “Capacitação”. A partir do quadro categorial supracitado, foi possível identificar que os fundamentos pedagógicos presentes nos materiais baseiam-se em duas teorias. A primeira refere-se ao modelo de competências, propostos pela UNESCO, a partir do Relatório Jacques Delors (1993), onde se observam os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser; acrescido do quinto pilar (pela PREALC, em 2002) do “aprender a empreender”. A segunda pauta-se na Pedagogia Empreendedora, proposta por Dolabela. Cabe sinalizar que este autor também se baseia nos quatro pilares da educação. Entretanto, no âmbito específico, faz uso da perspectiva do construtivismo radical referenciado em Maturana, para quem o aporte emocional torna-se o grande viés da formação dos indivíduos, perfazendo a tríade bio-psico-emocional. Não por acaso, isto pode ser observado nas várias atividades e dinâmicas, presentes nos materiais de “Sensibilização” e “Capacitação”, que procuram trabalhar um conteúdo com ênfase na esfera emocional dos indivíduos e voltado ao empreendedorismo. Com isto, depreende-se que em todos os materiais, observa-se uma concepção ideopolítica de consolidação da sociabilidade capitalista pautada na responsabilização individual com assunção dos riscos, elementos condizentes com a perspectiva de indivíduo expressa pela contrarreforma do Estado brasileiro, via discurso da Terceira Via. Neste sentido, o desenvolvimento das competências empreendedoras não ficou restrito apenas a esfera econômica, mas a um projeto de vida voltado a uma forma de ser. Depreende-se que o discurso do empreendedorismo presente nas políticas de formação do Pronatec Empreendedor, representam uma reforma intelectual e moral, em busca de uma nova sociabilidade requerida pelas mudanças recentes no capitalismo que necessitam de um sujeito de novo tipo adequado às demandas da sociedade com perdas crescentes de direitos trabalhistas, em que as pessoas precisaram buscar oportunidades e não mais emprego. A tônica nesse ínterim representa, dentre outras, na assunção dos riscos como algo a ser assumido radicalmente e individualmente, tornando o indivíduo sócio majoritário de si. |