Prevalência de uso de benzodiazepínicos em idosos e fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Alvim, Mariana Macedo lattes
Orientador(a): Leite, Isabel Cristina Gonçalves lattes
Banca de defesa: Banhato, Eliane Ferreira Carvalho lattes, Silvério, Marcelo Silva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3618
Resumo: O processo de envelhecimento está associado ao aumento da susceptibilidade a doenças crônicas, incapacidades, problemas psicossociais e comorbidades. Os medicamentos são parte integrante da maioria das propostas terapêuticas, colocando os idosos no grupo etário mais medicalizado da sociedade. Entre os medicamentos utilizados pelos idosos, ressalta-se o uso de benzodiazepínicos. Efeitos adversos dos benzodiazepínicos em idosos são bem estabelecidos, como perturbação do sono, dificuldade cognitiva, prejuízo nas atividades de vida diária, aumento das taxas de acidentes, quedas e fraturas. O presente estudo tem por objetivo avaliar a prevalência, os fatores associados ao uso de benzodiazepínicos em idosos e as interações medicamentosas potenciais. Estudo transversal, realizado por meio de inquérito domiciliar, com 423 idosos residentes na região da Zona Norte da cidade de Juiz de Fora, MG. A coleta de dados foi realizada no domicílio dos idosos, entre setembro de 2014 e março de 2015. A variável dependente foi o uso contínuo de benzodiazepínicos. O teste Qui-quadrado foi utilizado na análise bivariada para verificar a associação entre cada uma das variáveis independentes com a variável dependente. Na análise multivariada, foi utilizado o modelo de regressão de Poisson, baseado no modelo teórico de determinação com blocos hierarquizados. As variáveis foram ajustadas dentro de cada bloco, permanecendo no modelo final aquelas com nível de significância de 5%. A busca e a classificação das interações medicamentosas potenciais foram realizadas com base no sistema Micromedex®. Em relação à terapia farmacológica, 92,0% dos idosos utilizavam pelo menos um medicamento de uso crônico. Destes, 48,4% faziam uso de cinco ou mais medicamentos, caracterizando polifarmácia. A prevalência de uso de benzodiazepínicos foi de 18,3% (IC95% 15,2-22,6). A maioria dos benzodiazepínicos utilizados possui meia vida de eliminação longa (59,2%) e o tempo de uso foi considerado prolongado em 85,5% dos usuários. Dentre os usuários de benzodiazepínicos, 38,4% também utilizavam antidepressivos. O uso de benzodiazepínicos se mostrou associado à presença de transtornos mentais e comportamentais, polifarmácia e realização de consulta médica nos últimos três meses. Dentre os usuários de benzodiazepínicos, 69,9% apresentaram pelo menos uma interação medicamentosa potencial. Destas interações, 15,9% foram relacionadas aos benzodiazepínicos. Nos idosos que usam benzodiazepínicos, a polifarmácia esteve associada à interação medicamentosa potencial. A ocorrência de interações medicamentosas potenciais foi alta em idosos que utilizavam benzodiazepínicos, incluindo interações de valor clínico altamente significativo. A prescrição em idosos, assim como o uso prolongado, devem ser avaliados de forma individualizada, considerando as alterações fisiológicas dos idosos e os efeitos adversos dos medicamentos, assim como o risco de interações medicamentosas.