Efeito anti-inflamatório do laser de baixa potência na artrite induzida por zymosan

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Anjos, Lúcia Mara Januário dos lattes
Orientador(a): Gameiro, Jacy lattes
Banca de defesa: Ferreira, Ana Paula lattes, Fonseca, Adenilson de Souza da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2249
Resumo: A artrite é uma desordem músculo esquelética, caracterizada por inflamação das articulações e que apresenta importante impacto socioeconômico, uma vez que é observada em diversas patologias reumáticas, como na artrite reumatóide (AR), doença autoimune crônica, associada à incapacidade motora e laboral dos pacientes. As estratégias atuais para o tratamento da AR objetivam o alívio dos sintomas e modificação do curso degenerativo da doença, mas podem apresentar sérios efeitos colaterais e nem sempre resultam em melhora clínica. Neste contexto, a utilização de laser de baixa potência surge como alternativa não invasiva para o tratamento da artrite, devido as suas propriedades anti-inflamatórias e de regeneração tecidual. Entretanto, os mecanismos anti-inflamatórios do laser nos tecidos biológicos ainda não estão completamente conhecidos. Assim, o presente estudo tem por objetivo avaliar os efeitos anti-inflamatórios de lasers terapêuticos de baixa potência num processo inflamatório induzido, o qual se assemelha a AR. Para isso, um processo inflamatório foi induzido nas articulações talocrural e subtalar dos dois membros posteriores de camundongos C57BL/6, utilizando uma injeção de zymosan na região periarticular. Os animais foram divididos em 8 grupos (n=6): (I) controle, (II) zymosan, (III) eutanasiado 5h após indução com zymosan, (IV) zymosan+dexametasona, (V) laser 3J/cm2, (VI) laser 30J/cm2, (VII) zymosan+laser 3J/cm2, (VIII) zymosan+laser 30J/cm2. As condições do laser de baixa potência foram: λ=830nm (infravermelho), potência 10mW e fluências de 3J/cm2 e 30J/cm2, no modo contínuo de emissão da luz. A irradiação foi realizada durante 4 dias consecutivos, iniciando 5 horas após a indução a inflamação pelo zymosan. Vinte quatro horas após a última aplicação do laser, os animais foram eutanasiados e suas articulações encaminhadas para as seguintes análises: (a) análise morfológica, (b) análise de fragmentação de DNA por TUNEL e (c) análise da expressão de genes que codificam proteínas relacionadas às vias apoptóticas por PCR em tempo real. As análises morfológicas revelaram à presença de infiltrado celular inflamatório no tecido conjuntivo adjacente a região periarticular, em todos os grupos que receberam zymosan. Esse infiltrado diminuiu consideravelmente após a irradiação do laser na fluência de 30J/cm2. Para os dois grupos irradiados com laser, observou-se a elevação na taxa de apoptose somente nas células do infiltrado inflamatório, resultado este corroborado pelo aumento da expressão de genes que codificam proteínas associadas tanto pela via extrínseca como pela via intrínseca da apoptose. A resolução do processo inflamatório para o grupo Zy+3J/cm2 foi mais lenta do que a observada no grupo Zy+30J/cm2, uma vez que, após o término do tratamento, foram observadas elevada densidade celular e taxa de fragmentação de DNA nas células inflamatórias. Com isso, o laser de baixa potência, em especial na fluência de 30J/cm2, foi capaz de reduzir o infiltrado inflamatório na região periarticular, acelerando o processo apoptótico dessas células. A utilização do laser infravermelho de baixa potência pode ser uma boa alternativa para o tratamento de desordens inflamatórias articulares, uma vez que é um método não invasivo. Adicionalmente, esse tipo de tratamento não demonstrou efeitos colaterais nos demais tecidos adjacentes sadios, atuando especialmente nas células inflamatórias.