Supleção e localidade nos nominais do português brasileiro: uma abordagem sintática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Nilton Duarte lattes
Orientador(a): Armelin, Paula Roberta Gabbai lattes
Banca de defesa: Takahira, Aline Garcia Rodero lattes, Scher, Ana Paula lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12253
Resumo: Esta dissertação discute as implicações que as ocorrências supletivas apresentam para a arquitetura da gramática. De maneira geral, a supleção pode ser definida como um tipo de alomorfia em que os alomorfes são maximamente distintos do ponto de vista fonológico (KATAMBA & STONHAM, 2006; HASPELMATH & SIMS, 2010). Mais especificamente, este trabalho toma como foco dados do português brasileiro que apresentam supleção nominal desencadeada pelo traço de gênero, tais como boi/vaca, cabra/bode e carneiro/ovelha. A investigação da supleção se justifica pelo fato de ela ter sido tradicionalmente interpretada como um fenômeno periférico nos estudos linguísticos, especialmente entre as abordagens de orientação gerativista, concentrando poucas propostas nessa perspectiva. Contudo, estudos sobre as ocorrências supletivas podem trazer grandes contribuições para uma melhor compreensão da arquitetura da gramática, uma vez que um maior entendimento dessas ocorrências tem o potencial de elucidar questões teóricas proeminentes, dentre as quais este trabalho contempla: a natureza do morfema Raiz enquanto primitivo teórico, o lugar do traço de gênero na estrutura sintática e os domínios de localidade relevantes para o licenciamento da alomorfia supletiva. Para tanto, este trabalho se desenvolve dentro do contexto teórico da Morfologia Distribuída (HALLE e MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), uma vez que a separação entre fonologia e semântica, assumida nesse modelo, fornece ferramentas para a compreensão do fenômeno. Em linhas gerais, este trabalho faz as seguintes propostas: (i) a raiz não tem conteúdo fonológico ou conceitual, sendo individualizada através de um índice (PFAU, 2000, 2009; ACQUAVIVA, 2008); (ii) a supleção não é caótica, podendo ser formalizada dentro de um domínio de localidade estrutural. Mais especificamente para os dados de supleção nominal contemplados no trabalho, propomos que a relação local entre uma raiz e um núcleo categorizador nominal com uma especificação bivalente de gênero (ARMELIN, 2015) seja o contexto sintático capaz de licenciar a supleção.