Jornalismo e informação em telas: poderes, diálogo e disputa por legitimidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Gustavo Teixeira de Faria lattes
Orientador(a): Coutinho, Iluska Maria da Silva lattes
Banca de defesa: Leal, Paulo Roberto Figueira lattes, Ferreira, Jorge Carlos Felz lattes, Costa, Cristiane Finger lattes, Andrade, Ana Paula Goulart de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2023/00043
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16171
Resumo: O objetivo dessa pesquisa é mapear e compreender como se estabelecem, por meio de ações de Comunicação, as relações de poder entre sociedade, ambiente digital e cidadãos/usuários, observando a grande diversidade cultural, social, política, econômica e regional que perpassa o Brasil. Isso se justifica a partir da crescente ampliação do ambiente digital como um espaço alternativo e que abre possibilidades para o aumento de vozes e de representações dos brasileiros, já que qualquer usuário pode produzir, co-produzir e reproduzir conteúdos, além de interagir com materiais. Com o crescimento do acesso à internet, presente em 90% dos lares brasileiros (IBGE, 2021), observa-se que mais atores sociais digitais encontram espaço e conseguem se comunicar de forma efetiva, o que resulta em novos discursos e novas disputas por poder e legitimidade. E é pensando nestas aproximações e embates que tomamos como objeto de pesquisa empírica preliminar as publicações realizadas no ano de 2022 no perfil no Twitter do Jornal Nacional, a fim de identificarmos questões referentes às relações de poder entre jornalismo e cidadãos/usuários. Para isso, recorremos aos métodos da Análise Documental (Fonseca, 2002; Gil, 2008), utilizada na etapa da coleta de materiais e definição de recortes de investigação e da Análise da Materialidade Audiovisual, proposta por Coutinho (2016; 2018) e que busca investigar os conteúdos audiovisuais como uma unidade composta por texto e paratexto. Ademais, realizamos também um questionário online com 103 jornalistas e que tem como intuito trazer resultados acerca de suas percepções acerca das disputas de legitimidade que se estabelecem entre o quarto poder e um possível “poder” que emerge no ambiente digital e estaria ligado aos cidadãos/usuários. Nesta medida, utilizamos como estratégia de recrutamento a técnica da Bola de Neve (Vinuto, 2014), de caráter não probabilístico e que tem como objetivo oferecer resultados de questionários enviados de forma on-line a partir da rede de contatos do autor, se dissipando e ganhando novas respostas à medida que o questionário é passado em diante. Deste modo, tanto a análise empírica de materiais veiculados no Twitter do Jornal Nacional, que tem em vista detectar a circulação, capacidade de interação e engajamento e traços de poder desses conteúdos, como também os resultados dos questionários, nos evidenciam formas distintas de ação dos usuários em relação ao jornalismo e de percepção do jornalismo em relação aos usuários. Após este percurso, os resultados apontam para a existência de um poder simbólico atuante e que assume diferentes faces e aspectos no cenário brasileiro, ainda que com questionamentos e com variáveis a serem melhor avaliadas e delimitadas. Neste sentido, propomos a existência de um quinto poder como uma teoria intermediária da comunicação (Braga, 2016; 2020), que é evidenciado através das possibilidades de manifestação dos usuários como um poder que interage; cobra e fiscaliza os conteúdos jornalísticos e os jornalistas; produz e reproduz conteúdos - inclusive de caráter desinformativo-; concorre com os meios de comunicação; e também sofre interferências dos algoritmos e grandes conglomerados digitais, além de membros dos demais poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário. Tais percepções nos oferecem elementos suficientes para que a discussão possa ser futuramente ampliada em novos contornos e interfaces, contribuindo com futuros estudos sobre a relação mídias e processos sociais.