Oralidade e formação de professores: O desenvolvimento de capacidades docentes na formação inicial de letras da UFJF

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mattos, Pilar Silveira lattes
Orientador(a): Magalhães, Tânia Guedes lattes
Banca de defesa: Garcia-Reis, Andreia Rezende lattes, Costa-Maciel, Débora Amorim Gomes da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11684
Resumo: O presente trabalho propõe analisar quais capacidades docentes (CRISTÓVÃO E STUTZ, 2013) e temáticas do eixo da oralidade foram desenvolvidas na disciplina de Estágio Supervisionado I do curso de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora no primeiro semestre de 2018. Os estudos de formação docente (GATTI, 2010; GARCIA-REIS E MAGALHÃES, 2017; NÓVOA, 1992; PIMENTA 1997; 1999, dente outros) têm apresentado que há nos currículos dos cursos de licenciatura falhas quanto ao número de disciplinas voltadas para o ensino, se comparadas às disciplinas teóricas, dentre outras questões, como a pequena ênfase em tópicos da prática profissional. No tocante ao ensino de Língua Portuguesa, a oralidade é um eixo do ensino também desvalorizado perante à escrita e como área de pesquisa, embora cada vez tenhamos visto um maior número de trabalhos sobre a área sendo desenvolvidos (MAGALHÃES, 2006; 2008; COSTA-MACIEL E FIGUEIRÊDO; 2016, dentre outros). Uma das razões para essas assertivas é o fato de a escrita ser em nossa sociedade mais valorizada, sendo a oralidade concebida como natural, não precisando, portanto, ser ensinada e sistematizada na escola. Logo, esta pesquisa se constrói com base na teoria do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999; 2006; DOLZ, SCHNEUWLY, 2004; MACHADO, 2009; CRISTÓVÃO E STUTZ, 2011; dentre outros) em interface com demais posicionamentos teóricos, sobretudo dos estudos de letramento, oralidade e formação docente. Essa escolha teórica se justifica por ser um aporte que fornece meios práticos para o trabalho em sala de aula, como investigamos na turma de Estágio I. Sendo assim, temos como objetivos específicos: a) analisar as capacidades docentes mobilizadas nas aulas; b) analisar as temáticas de oralidade abordadas nas aulas pelos instrumentos livro didático e estudo de caso. Como escolha metodológica, elegemos a pesquisa-ação com base em Thiollent (2013) em três aulas gravadas e transcritas, que nos permitiram realizar uma interpretação dos dados alinhada à análise de conteúdo (BARDIN, 1977), a qual foi realizada para as análises das capacidades docentes e para as temáticas de oralidade. Nossos dados foram coletados por gravações em áudio e diário de campo e puderam nos mostrar que as três aulas de RAEE I possibilitaram o desenvolvimento de capacidades docentes, as quais não têm relação com o instrumento (livro didático e estudo de caso) e com os gêneros textuais (conto maravilhoso, mesa redonda, debate regrado e entrevista oral). Tal assertiva nos indica que as capacidades docentes (CRISTOVÃO E STUTZ, 2013) são formativas porque permitem que futuros professores estejam aprendendo, saberes sobre a prática docente em uma disciplina bastante profícua, uma vez que a prática escolar é vivenciada. No que diz respeito às temáticas de oralidade, pudemos verificar que o eixo é conhecido e reconhecido pelos alunos, contudo, a sistematização de práticas com gêneros orais apresenta lacunas. Isso demonstra a necessidade de maiores discussões sobre a formação inicial em diversos aspectos. Por fim, ressaltamos a relevância do trabalho por este se configurar como uma pesquisa que dialoga com áreas que carecem de pesquisas e por trazer colaborações sobre o ensino da oralidade aos professores de língua materna.