O efeito filtro bolha: como dispositivos de vigilância digital convertem usuários em produtos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fava , Gihana Proba lattes
Orientador(a): Pernisa Júnior, Carlos lattes
Banca de defesa: Caravela, Gabriela Borges Martins lattes, Bruno, Fernanda Glória lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1512
Resumo: Essa dissertação busca levantar uma discussão sobre mecanismos de vigilância digital que modificam o modo como a informação é distribuída no ciberespaço, a fim de gerar reflexões acerca dos rumos da comunicação digital. Com a crescente demanda por softwares que traduzam os usuários, a fim de gerar conhecimento sobre que tipo de potenciais consumidores esses indivíduos podem ser, tem-se um cenário onde cada rastro deixado no ciberespaço pode ser capturado para que a máquina crie um perfil dos indivíduos. A questão incômoda reside no fato de que, a cada clique, há uma categorização que a máquina vai impor para encaixar os usuários, criando uma ditadura do “você é o que você clica”, quando na realidade as subjetividades humanas não podem ser lidas por algoritmos e interpretadas pelos agentes inteligentes – conceito que representa a máquina ganhando personalidade, criando ações autônomas, tomando decisões pelo indivíduo. Como consequência da extrapolação do computador guiando, sugerindo e escolhendo caminhos para o usuário, ocorre o fenômeno do filtro bolha onde, a partir da categorização das pessoas, um controle cria uma dinâmica onde só é possível entrar dados semelhantes, familiares e confortáveis – dificilmente o usuário terá contato com informações diferentes do que os interesses que demonstrou anteriormente. O filtro bolha ganha ainda mais sentido quando analisamos o funcionamento do buscador Google e da rede social Facebook, uma vez que essas empresas configuram-se em terrenos ideais para que os anunciantes comprem informações sobre dados pessoais de seus usuários e, assim, encontrem consumidores extremamente bem segmentados na rede.