Ecos do saber-fazer: reflexividade e estratégias no desenvolvimento de capacidades e no empoderamento de mulheres rurais na Zona da Mata Mineira
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00139 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17760 |
Resumo: | Este trabalho propicia discussões sociológicas sobre a atuação da mulher como integrante fundamental no processo socioprodutivo da agricultura familiar e da pecuária leiteira da região da Zona da Mata-MG. Para tanto, buscou-se responder as seguintes questões: que estratégias o conjunto de mulheres pesquisadas adotou para dinamizar a economia familiar no meio rural? E como poderíamos perceber, a partir deste pequeno universo, o conjunto de capacidades, oportunidades e relações sociais que se estabelecem no mundo rural e é capaz de transformá-lo, a fim de assegurar o desenvolvimento rural? Desse modo, foi feita uma pesquisa de campo, realizando entrevistas semiestruturadas com cinco mulheres da zona da mata mineira, bem como com agentes públicos envolvidos nas políticas públicas acessadas por estas mulheres, como o PNAE, o PRONAF, a fim de melhor compreender como se dá a implementação das mesmas e como elas atingem diretamente as estratégias produtivas destas mulheres. Além de realizar uma breve revisão teórica sobre a temática mulheres e ruralidade, discorrendo sobre a invisibilidade e os processos de desigualdade que permeiam as relações de gênero no meio rural tomando por base a literatura da área, este estudo contextualiza as lutas engendradas ao longo das últimas décadas, a fim de garantir maior equidade, cidadania e acesso a oportunidades e recursos as mulheres campesinas. No decorrer dos capítulos, são mobilizadas as falas das cinco mulheres entrevistadas, com o objetivo de considerar suas experiências produtivas e de seus projetos/movimentos de vida. Por isto, com base nos conceitos de reflexividade de Margaret Archer, capacidades de Amartya Sen e estratégia de Richard Whittington e Antony Bebbington, apresenta-se direções teóricas para melhor compreender os processos de empoderamento e autonomia que elas vivenciam, seja nas esferas sociais, políticas e econômicas que circunscrevem seus cotidianos. Portanto, este estudo dá visibilidade as questões de gênero no meio rural, demonstrando como há um complexo modo de se viver no meio rural na atualidade. A tese também aponta que a dinamização da vida rural elencada pelas pequenas famílias rurais envolve desde a tomada de consciência até o aproveitamento das oportunidades advindas das ações de agentes públicos e privados, como os cursos de capacitação e aprendizagem de novas técnicas, bem como depende do acesso a recursos como financiamentos e garantia de mercados, tal como veremos na experiência com a feira-livre, associações, merenda escolar, entre outros. Espera- se por fim, que toda discussão aqui exposta contribua para pensar os caminhos de desenvolvimento rural, especialmente para a população feminina. Além do mais, que possamos compreender que ainda há muitas conquistas e melhoras a serem realizadas, tanto no que diz respeito a eficácia das políticas sociais, bem como no combate à desigualdade, pobreza e garantia da cidadania a nível micro e macrorregionais, nos diversos territórios nacionais. |