“Foi na raça”: histórias de professores de português para estrangeiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Demarchi, Mariana de Camargo Bessa lattes
Orientador(a): Weiss, Denise Barros lattes
Banca de defesa: Leroy, Henrique Rodrigues lattes, Furtoso, Viviane Aparecida Bagio lattes, Garcia-Reis, Andreia Rezende, Silva, Marta Cristina da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00120
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15065
Resumo: Esta pesquisa trata de experiências narradas e crenças compartilhadas por docentes a respeito de seus processos de formação na área de português para estudantes de outros países. Partiu-se da informação de que a formação específica para se atuar como professor de português para não-nativos não é, ainda hoje, frequente entre os profissionais que atuam na área. O objetivo geral do presente estudo é analisar as experiências e crenças de nove docentes, a fim de compreender como eles aprenderam (e aprendem) a educar linguisticamente os discentes e investigar o modo como quem já atua na docência se insere e se apresenta no mundo do português para estudantes não brasileiros. Com base na perspectiva socioconstrucionista de narrativa (BASTOS, 2005; BRUNER, 1997; LINDE, 1993); nos conceitos de identidade (HALL, 2006; ALVES, 2019) e de crença (BARCELOS, 2006); em construtos da Sociolinguística Interacional - como o conceito de Face de Goffman (1967) – e no conceito de Dêixis (LEVINSON, 1983) como ferramentas analíticas, analisaremos como essas crenças a respeito da formação docente são construídas ao longo de entrevistas. Esse trabalho está inserido na tradição de pesquisa qualitativa de cunho interpretativo (MASON, 1996). A geração de dados ocorreu a partir de dois movimentos. Inicialmente, enviamos um questionário para um grupo de professores e professoras de português para não brasileiros que atuam na coordenação da aplicação do exame CELPE-Bras em instituições do Brasil e de outros países. Em uma segunda etapa, realizamos entrevistas não estruturadas (FONTANA; FREY, 1994) com esses mesmos professores da área de português para estrangeiros. Pudemos notar, a partir das histórias narradas: a força do acaso nas trilhas de formação e a superação das adversidades, já que grande parte dos entrevistados teve uma formação em serviço, na prática; a defesa por uma educação linguística intercultural (MENDES, 2022). Sob o ponto de vista da construção das narrativas, observamos a recorrência de avaliações a respeito das formações dos professores e as tentativas de preservação de face durante as conversas. As falas dos docentes apontam a necessidade de uma maior institucionalização da área e sugerem princípios para percursos formativos de professoras e professores de português para não brasileiros.