Espectroscopia Raman aplicada ao estudo de pigmentos de vegetais (legumes e frutas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Campos, Mariana Toledo Clemente lattes
Orientador(a): Oliveira, Luiz Fernando Cappa de lattes
Banca de defesa: Ando, Rômulo Augusto lattes, Donnici, Claudio Luis lattes, Diniz, Renata lattes, Couri, Mara Rubia Costa lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Química
Departamento: ICE – Instituto de Ciências Exatas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17864
Resumo: Neste trabalho, a espectroscopia Raman foi utilizada para identificar compostos presentes em diferentes estágios de maturação do exocarpo de jiló, de dois cultivares de banana (‘prata’ e ‘nanica’), de pimentões, de diversas variedades de pimentas da família Solanaceae, de pimenta rosa (Anacardiceae) e de pimenta-do-reino branca e preta (Piperaceae). Também foram caracterizadas por espectroscopia Raman as substâncias presentes em brácteas de Euphorbia pulcherrima. As análises espectrais Raman dos exocarpos de jiló e bananas mostraram bandas atribuídas a ácidos fenólicos, flavonoides, carotenoides e ácidos graxos. Durante a maturação do jiló, alterações no perfil espectral foram observadas principalmente no conteúdo de carotenoides. A chalcona naringenina e o β-caroteno foram sugeridos como responsáveis pela cor vermelho-alaranjada do jiló maduro. Na banana, variações na composição química foram mais evidentes no cultivar ‘prata’, principalmente quanto ao conteúdo de flavonoides e ácidos fenólicos. A análise in situ de pimentas da família Solanaceae revelou bandas características de compostos fenólicos, carotenoides, ácidos graxos e alcaloides, como a capsaicina. Nas pimentas malagueta, habanero, biquinho e karneval vermelha, foi observado deslocamento das bandas de estiramento ν(C=C) dos carotenoides para menores números de onda e intensificação das bandas durante o amadurecimento. Nos pimentões, o estágio de maturação impactou significativamente o perfil espectral, independentemente do método de cultivo. Na pimenta rosa, as análises das cascas e sementes em diferentes estágios de maturação não mostraram mudanças significativas. No entanto, foram observadas bandas atribuídas às antocianinas, como a pelargonidina, sugerindo que esses flavonoides são responsáveis pela coloração das cascas. As análises da pimenta-do-reino preta e branca revelaram bandas características principalmente atribuídas à piperina. O assinalamento das bandas Raman foi proposto através de comparação com dados da literatura e com os espectros obtidos pelo método da Teoria do Funcional de Densidade (DFT). A soma dos espectros teóricos foi utilizada para simular o perfil espectral e a contribuição de cada substância nos espectros experimentais. Nas brácteas de Euphorbia pulcherrima, foram identificadas bandas características de polifenóis, carotenoides e ácidos graxos. As brácteas verdes apresentaram maior intensidade das bandas atribuídas aos carotenoides, enquanto as brácteas vermelhas, rosas e amarelas apresentaram bandas de polifenóis mais intensas. As brácteas brancas mostraram ausência de bandas características dos carotenoides. As cianidinas e pelargonidinas foram identificadas como as principais antocianinas, responsáveis pela variação na coloração das brácteas. Além disso, a composição química dos extratos brutos das brácteas verdes e vermelhas interferiu na eficácia das nanopartículas de prata (AgNP) sintetizadas, destacando a importância da espectroscopia Raman na detecção de compostos bioativos para o desenvolvimento de metodologias sustentáveis e inovadoras na nanotecnologia.