Ambientes cocriativos como espaços propulsores do desenvolvimento profissional docente de professores de ciências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Moraes, Vanessa Carla Muzulão de Almeida lattes
Orientador(a): Menezes, Paulo Henrique Dias lattes
Banca de defesa: Carneiro, Reginaldo Fernando lattes, Guridi, Verónica Marcela lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17063
Resumo: O termo "cocriação” foi aplicado inicialmente para discutir a aprendizagem nos ambientes corporativos, sendo voltado para práticas e didáticas favoráveis à criação e à humanização em processos de desenvolvimento de saberes com perspectivas colaborativas. Apesar de sua origem nas ciências sociais aplicadas, a cocriação trata de relações que consideramos pertinentes e inerentes aos processos de desenvolvimento e de profissionalização docente. Nesse sentido, partimos do princípio de que práticas colaborativas que estimulem o desenvolvimento da criatividade podem ser potencializadoras do processo de aprendizagem e, consequentemente, do desenvolvimento profissional de professores. Desse princípio emerge a questão central desta pesquisa que indaga: quais são os elementos para se instituir ambientes favoráveis à criação colaborativa entre docentes que lecionam ciências na educação básica? Para responder esta questão, procuramos compreender os elementos e as condições necessários para se instituir ambientes cocriativos com docentes de ciências em espaços escolares, para estimular o desenvolvimento de atividades experimentais nas aulas de ciências do ensino fundamental. Esse objetivo foi alcançado a partir da experiência vivenciada em um curso de extensão para professores de ciências, voltado para difusão de uma nova metodologia de ensino de ciências, que explora o uso de brincadeiras científicas investigativas. No âmbito desse curso, buscamos mapear os elementos que estimulam as trocas de experiências e elencar as limitações para a constituição destes espaços no ambiente escolar, visando compreender as dinâmicas do desenvolvimento docente no decorrer de processos cocriativos. Para isso procuramos dialogar com aportes teóricos do campo educacional que exploram a contribuição da colaboração e do diálogo como estímulo à criatividade e ao desenvolvimento profissional docente, tais como: Day, Freire, Fiorentini, Nóvoa, entre outros. O estudo seguiu uma abordagem de pesquisa qualitativa, aplicada de caráter exploratório em um curso de extensão realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora no ano de 2022, com a participação de nove professoras de Ciências da educação básica do ensino fundamental dos anos iniciais e finais da rede municipal de Juiz de Fora. A produção dos dados ocorreu por meio de observação participante, de registros em diário de bordo e de reuniões em formato de grupo focal. A partir da análise desses dados foi possível identificar condições e desafios que são significativos para a instituição de espaços que estimulem a cocriação no ambiente escolar. Observamos que a condição principal está relacionada a qualidade das interações entre os professores, que perpassa por perspectivas, experiências e conhecimentos, sendo uma premissa básica para as trocas de saberes e a construção coletiva em um processo cocriativo. Como desafio, destaca-se o fato de os docentes indicarem um apoio limitado da gestão escolar em relação às práticas colaborativas e pouca predisposição no ambiente escolar para ações favoráveis à colaboração e à promoção da cocriação.