Influência da obesidade induzida por dieta hiperlipídica sobre a resposta imune em modelo experimental de alergia pulmonar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Flavia Marcia de Castro e lattes
Orientador(a): Ferreira, Ana Paula lattes
Banca de defesa: Tavares, Juliana Carvalho lattes, Carvalho, Wanessa Araújo lattes, Castro, Juciane Maria de Andrade lattes, Gameiro, Jacy lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1360
Resumo: A asma e a obesidade são doenças inflamatórias crônicas de perfis imunológicos opostos. Contudo, estudos clínicos e epidemiológicos demonstram uma associação entre as duas patologias, através da observação de que indivíduos obesos asmáticos representam um fenótipo clínico distinto da asma alérgica clássica, apresentando aumento na gravidade dos sintomas e resistência a terapias convencionais. Entretanto, os mecanismos imunológicos envolvidos na associação obesidade e asma não estão esclarecidos, devido à escassez de estudos e a uma heterogeneidade nos dados encontrados em modelos experimentais. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência da obesidade sobre a inflamação alérgica pulmonar. Para isso, a obesidade foi induzida por dieta com alto teor de gordura durante dez semanas nos animais dos grupos OB e OB/AP, enquanto os animais dos grupos CN e AP foram alimentados com a dieta padrão. Da sexta a décima semana do protocolo de indução da obesidade, os animais dos grupos AP e OB/AP foram submetidos a subsequentes sensibilizações e desafios com a ovalbumina. As análises foram realizadas em 24 e 48 horas após o último desafio com a OVA. Os resultados demonstraram que após os desafios com o alérgeno, os animais do grupo AP apresentaram características marcantes da resposta imune alérgica, com elevado número de eosinófilos no LBA, no tecido pulmonar e na medula óssea, correlacionando com os níveis elevados de CCL11 e peroxidase eosinofílica, além de citocinas de eperfil Th2 como IL-4, IL-5, IL-9, IL-13, IL-25, IL-33 e TSLP e de IgE sérica anti-OVA. Contudo, foi observado em 48 horas um declíneo na resposta de perfil Th2 nos animais deste grupo. Já os animais do grupo OB/AP apresentaram em 24 horas, um menor número de eosinófilos no lavado broncoalveolar, no tecido pulmonar e na medula óssea, associado a menores níveis de CCL11, EPO e de IL-4, IL-5, TSLP e IL-25 assim como de IgE sérica anti-OVA. Em 48 horas, as análises de citocinas no grupo OB/AP demonstraram um aumento nos níveis de IL-1β, IL-4, IL-6, IL-9, IL-12, IL-13, IL-17A, TNF-α e IFN- associado ao maior influxo de macrófagos M1. Surpreendentemente, em 48 horas após o último desafio com a OVA, houve um aumento significativo de neutrófilos na medula óssea e de mieloperoxidase no tecido pulmonar. Paralelamente, os animais do grupo OB/AP, apresentaram um número maior de mastócitos e células caliciformes em ambos os tempos analisados, quando comparado aos animais do grupo AP. Conclusão: Somados estes resultados sugerem que a obesidade desenvolvida em camundongos BALB/c, foi capaz de influenciar a resposta imune no pulmão dos animais após as sensibilizações e os desafios com alérgeno, interferindo no desenvolvimento da resposta imune Th2 clássica e acarretando um atraso no desenvolvimento da resposta imune inflamatória. Adicionalmente, os animais obesos asmáticos apresentaram exacerbada resposta imune Th2, Th9 e altos níveis de IL-17A associada a um maior influxo de neutrófilos para o pulmão e a uma intensa produção de muco, sugerindo que estes animais apresentaram um perfil inflamatório mais grave de alergia pulmonar.