Israel e Judá como um só povo: a formação da ideologia pan-israelita entre os séculos VIII a.C. e VI a.C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carmo, Matheus da Silva lattes
Orientador(a): Nascimento, Denise da Silva Menezes do lattes
Banca de defesa: Berlesi, Josué lattes, Almeida, Edson Fernando de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15255
Resumo: A ideologia pan-israelita, criada originalmente no Reino de Israel durante o século VIII a.C., tinha a função de fornecer todo um aparato ideológico e legitimatório para uma pretensa união política entre Israel e Judá, eliminando as diferenças entre os dois reinos e exaltando as semelhanças, a fim de criar uma identidade unitária. Para isso, cria-se a memória de uma época de ouro, na qual Israel e Judá estariam unidos em um reino de prosperidade. Tal memória se desenvolve, num primeiro momento, sob a égide de Israel Norte, que, na segunda metade do século VIII a.C., tinha objetivos claros de conquistar Judá. Num segundo momento, tal memória foi apropriada por Judá, que desejava legitimar a conquista dos territórios outrora pertencentes ao Reino de Israel, no final do século VII a.C., sob o governo de Josias (648-609 a.C.). Aqui, esse pan-israelismo foi enriquecido de todo um corpo literário organizado pela escola deuteronomista para criar a tradição de um Reino Unido utópico entre Israel e Judá, governado pelo judaíta Davi. Por fim, a ideologia pan-israelita foi fundamental para a manutenção identitária formada pelos grupos exilados na Babilônia, no século VI a.C., uma vez que as tradições israelitas e judaítas foram condensadas com a intenção de formar aquilo que posteriormente seria o judaísmo. O trabalho busca analisar o desenvolvimento interno do panisraelismo nas sociedades de Judá e Israel, além de entender o seu desenvolvimento na comunidade cativa na Babilônia. Com o intuito de que tal estudo seja efetuado, busca-se entender como o poder fez uso de tal aparato ideológico para legitimar um processo de conquista militar e territorial, assim como entender a forma como a ideia de um Pan-Israel unido foi base para o judaísmo nascente exílico. Procura-se entender o desenvolvimento do panisraelismo ao longo desses três momentos, bem como traçar linhas de continuidade inerentes ao longo de seu processo de aplicação e vivência nesse contexto.