Análise de custo-efetividade dos imunossupressores utilizados no tratamento de manutenção do transplante renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Magacho, Flávia Lícia Rodrigues lattes
Orientador(a): Chaoubah, Alfredo lattes
Banca de defesa: Ferreira, Gustavo Fernandes lattes, Leite, Isabel Cristina Gonçalves lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7885
Resumo: Introdução: a doença renal crônica destaca-se por afetar a vida de milhares de brasileiros e onerar os cofres públicos. Na fase terminal da doença, a sobrevivência do paciente é condicionada à realização de um tipo de terapia renal substitutiva. A literatura tem demonstrado ser o transplante renal a alternativa custo-efetiva dentre as terapias renais substitutivas, pois permite a reintegração do paciente às suas atividades cotidianas, aumentando a expectativa e qualidade de vida. Um fator que tem contribuído para o sucesso dos transplantes renais é o avanço tecnológico dos imunossupressores. Recomenda-se para o tratamento de manutenção dos transplantes renais a administração de esquemas tríplices de medicamentos, compostos por um esteroide mais dois medicamentos de classes farmacológicas distintas (inibidores da calcineurina ou antimetabólitos ou inibidores da rapamicina). Objetivo: avaliar o custo-efetividade da administração de tacrolimo com micofenolato de sódio e Prednisona (Grupo 1= 93 pacientes) comparado com a associação de tacrolimo com everolimo e Prednisona (Grupo 2= 91 pacientes), no tratamento de manutenção pós-transplante renal, em uma Unidade de Prática Integrada do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Minas Gerais. Material e métodos: para a análise farmacoeconômica dos esquemas imunossupressores foi utilizado o modelo estático, do tipo Árvore de Decisão. O modelo foi desenvolvido no software Treeage Suite 2011 e acompanhou uma coorte de pós-transplantados renais, estimando os benefícios clínicos em termos de sobrevida e incidência de eventos adversos (rejeição, doença/infecção por citomegalovírus, perda do enxerto e morte), bem como os custos associados aos regimes imunossupressores, na perspectiva do Sistema Único de Saúde. Resultados: a supremacia do everolimo em relação ao micofenolato de sódio se fez presente principalmente nos eventos relacionados à incidência de pacientes que apresentaram infecção ou doença decorrente por citomegalovírus (4,4% com everolimo versus 20,4% com micofenolato de sódio, p = 0,001). Na análise considerando sobrevida como desfecho, o Grupo 2 não pode ser considerado custo-efetivo quando comparado ao uso de Grupo 1, pois a razão de custo-efetividade incremental foi cerca de R$229.876,30, excedendo o limiar de custo-efetividade recomendado pela Organização Mundial da Saúde, três vezes o produto interno bruto brasileiro. Já na análise que diz respeito à incidência de eventos adversos, a razão de custo-efetividade incremental foi cerca de R$52.760,52, portanto, o Grupo 2 foi considerado custo-efetivo em relação ao Grupo 1. Conclusão: o regime imunossupressor contendo ácido micofenólico é ainda considerado o padrão-ouro para o tratamento de manutenção do transplante renal, no entanto, está associado a muitos efeitos adversos para os transplantados. Esse estudo desmistifica tal regime, à medida que o regime imunossupressor contendo everolimo apresentou-se custo-efetivo em relação ao micofenolato na análise feita a partir da incidência de efeitos adversos, bem como na redução significativa de eventos relacionados ao citomegalovírus, o qual é responsável pela maior causa de morbimortalidade em transplantados.