Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Corsetti, Patrícia Paiva
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Orientador(a): |
Oliveira, Sérgio Costa
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Banca de defesa: |
Rezende, Alice Belleigoli
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Macedo, Gilson Costa
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2489
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Resumo: |
Brucella abortus é uma bactéria patogênica Gram-negativa, que causa uma doença crônica em bovinos, humanos e outras espécies denominada brucelose. A habilidade do hospedeiro em montar uma resposta tipo Th1/pró-inflamatória contra a bactéria é crucial para o controle e resolução da infecção. Evidências sugerem que a citocina IFN-γ produzida pelo perfil Th1 é crucial para o controle da infecção em camundongos. A interleucina-10 (IL-10) é conhecida por diminuir a produção de IFNγ in vitro interferindo diretamente no processo da eliminação do patógeno. Durante a infecção pela B. abortus, a IL-10 pode atuar limitando a resposta inflamatória e favorecendo o estabelecimento da infecção persistente em camundongos. O objetivo deste estudo foi avaliar o papel da IL-10 endógena na infecção pela B. abortus. Para acessar o papel da IL-10, camundongos deficientes para IL-10 (IL-10 KO) ou 129 Sv/Ev foram infectados com a cepa S2308 de B. abortus e foram avaliados os númerso de bactérias viáveis recuperadas no baço desses animais. Uma, 2, 3, 6 e 14 semanas após infecção, camundongos IL-10 KO apresentaram menor número de bactérias recuperadas quando comparadas com o grupo controle em todos os tempos de infecção, principalmente em 14 semanas. Adicionalmente, constatou-se por análise de curva de sobrevivência em um período de 14 semanas após infecção que aproximadamente 35% dos camundongos IL-10 KO morrem somente na 2ª ou 3ª semana. Ademais, a produção de IFN-γ, IL-10, IL-17 e TNF-α foi avaliada em esplenócitos dos camundongos infectados quando estimulados in vitro com a B. abortus viva (S2308), morta pelo calor (HKBA), LPS de E. coli ou ConA. Os animais IL-10 KO apresentaram uma maior quantidade de IFN-γ e TNF-α no sobrenadante das células estimuladas com Brucella quando comparada a produção destas citocinas pelas células provenientes dos camundongos 129 Sv/Ev. A citocina IL-17 somente foi produzida pelas células dos animais IL-10 KO em todos os tempos analisados. Adicionalmente, a produção de TNF-α, IL-6, IL-12-p40, NO e IL-10 foram avaliados em macrófagos derivados da medula óssea, dos animais IL-10 KO e 129 Sv/Ev. TNF-α, NO, IL-6 e IL-12 apresentaram aumento nos animais IL-10 KO apenas quando estimulados com HKBA. Entretanto, nos animais 129 Sv/Ev a bactéria viva e morta estimularam a produção de IL-10. Estas mesmas citocinas foram avaliadas em sobrenadante de cultura de células dendríticas derivadas da medula óssea. Níveis mais elevados de TNF-α e IL-12-p40 foram obtidos no sobrenadante de células de animais IL-10 KO quando comparados ao grupo controle, em todos os tempos e estímulos da cinética de infecção. A expressão de TGF-β foi avaliada por PCR em tempo real em células esplênicas nos tempos 0 (não infectado), 1, 2 e 6 semanas de infecção estimulados com a bactéria viva. Na 2ª semana após infecção os animais IL-10 KO expressaram níveis mais elevados de TGF-β em relação ao grupo controle, porém na 6ª semana este perfil é invertido. Adicionalmente, o nível de células CD4+CD25+Foxp3+ (Treg) presente no baço dos animais infectados foi analisado por citometria de fluxo. Esta população encontrouse aumentada nos animais IL-10 KO a partir da 3ª e 6ª semanas após a infecção. Análises histopatológicas descritiva dos fígados destes animais durante toda a cinética de infecção demonstraram a diminuição gradativa dos granulomas nos dois grupos estudados, porém essa redução foi mais eficiente nos camundongos IL-10 KO principalmente na 6ª semana após a infecção considerando-se a área do granuloma, analisada por morfemetria digital, e a recuperação do parênquima hepático. Em conjunto, os dados obtidos neste trabalho suportam que a ausência da produção da IL-10 está associada a uma maior resistência à infecção pela bactéria B. abortus em modelo murino, através do aumento da produção de citocinas próinflamatórias culminando com uma maior eliminação da bactéria e uma resolução mais rápida da patologia tecidual do hospedeiro levando, assim, a um controle efetivo da infecção. |