Comportamento alimentar da preguiça comum Bradypus variegatus (Schinz, 1825) (Xenarthra, Bradipodidae) no Parque Centenário de Barra Mansa – RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Pinheiro, Shery Duque lattes
Orientador(a): Andriolo, Artur lattes
Banca de defesa: Prezoto, Fábio lattes, Jorge, Willian lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3971
Resumo: A espécie Bradypus variegatus (Schinz, 1825) tem nas atividades antrópicas sua principal ameaça. Esta realidade sugere que áreas de semi-cativeiro possam representar refúgios para estes animais, porém pouco se sabe sobre seu comportamento e capacidade de adaptação a ambientes tão limitados. A população de preguiça-comum objeto deste estudo reside no Parque Centenário, localizado no município de Barra Mansa – RJ. O presente estudo objetivou descrever o comportamento alimentar de B. variegatus investigando a composição da dieta, o uso do espaço, e as posturas assumidas durante a alimentação, descrevendo o processo interativo mãe-filhote no que se refere ao comportamento alimentar além de verificar a existência de lateralidade nos indivíduos. O estudo foi conduzido em duas etapas, de agosto de 1999 a agosto de 2004, e agosto de 2006 a agosto de 2007. Os métodos de observação empregados foram ad libitum e animal focal, em sessões com 8 horas de duração. Na primeira etapa foram realizados 71 dias de campo, totalizando 568 horas de observação. E na segunda, 28 dias ou 120 horas de esforço. Os indivíduos estudados apresentaram seletividade na dieta, com consumo de nove espécies no geral, em análise individual este número reduziu-se a quatro, os itens mais consumidos foram brotos e folhas jovens. A gleba dois foi a mais utilizada, foram classificadas de acordo com o número de membros envolvidos na sustentação 11 posturas relacionadas à alimentação. A maior utilização da gleba dois pode ser explicada pela existência de árvores utilizadas na dieta da maioria dos animais e por sua localização. A média do tempo de cuidado maternal dispensado foi de 4,7 meses, foi efetuado registro inédito de ingestão de placenta para a espécie e estabeleceram-se as principais atividades de mães e filhotes, registrando ao todo cinco posturas categorizadas pelo número de membros envolvidos na sustentação do corpo e na posição do filhote em relação à mãe. Houve redução tempo de permanência dos filhotes com as mães, de um a dois meses, assincronia entre o período de partos, início da alimentação sólida, e período de permanência com a mãe com aqueles registrados na literatura. O abandono precoce pode refletir situação de conflito e competição por recursos que associado a outros fatores têm sido a causa das quedas e morte dos filhotes. A menor diversidade de posturas apresentadas por fêmeas com filhotes provavelmente relaciona-se com a limitação imposta pelo transporte, necessidade de segurança, ângulo de observação do filhote e facilitação no atendimento aos chamados do mesmo. Em nível populacional houve diferença significativa de utilização entre todas as categorias Membro Torácico Esquerdo, Membro Torácico Direito, Direto com a Boca e Membro Torácico Direito e Esquerdo, embora o Membro Torácico Direito tenha obtido maior média de utilização. A análise individual com base no HI revelou proporção similar entre destros e canhotos, apenas um macho mostrou preferência consistente pelo MTE. Não houve diferença significativa entre machos e fêmeas e não foi possível comparar estatisticamente categorias etárias devido a morte de filhotes durante o experimento. A população não apresentou preferência manual na coleta de alimentos, estes resultados podem estar relacionados à anatomia da mão, a ausência de padrão postural e complexidade de tarefa.