Nos caminhos de Lund: significações sobre paleontologia e educação ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Camila Neves lattes
Orientador(a): Rodrigues, Angélica Cosenza lattes
Banca de defesa: Miranda, Sonia Regina lattes, Pinto, Vicente Paulo dos Santos lattes, Sato, Michèle Tomoko lattes, Layrargues, Philippe Pomier lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00063
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14230
Resumo: A Paleontologia é uma ciência atual, que pode situar a existência humana no contexto da crise ambiental global, frente a desigualdades e conflitos socioambientais que ocorrem nos sítios de importância paleontológica brasileiros, a exemplo daqueles localizados na Rota das Grutas Peter Lund - RGPL, em Minas Gerais. Entretanto, muitas vezes os saberes das comunidades situadas nesses sítios são invisibilizados, problemas e conflitos socioambientais são silenciados, havendo perda do sentimento de pertencimento. Desse modo, faz-se necessário entender como os discursos das comunidades locais podem insinuar as relações socioambientais que emergem nessas localidades, podendo anunciar esses territórios em termos de significância científica, cotidiana, educativa, bem como de questões conflitivas, vulnerabilidades e injustiças socioambientais. No contexto de visões hegemônicas e contra hegemônicas sobre a Educação Ambiental e a Paleontologia, proponho, para esta tese, abrir-me ao exercício de tecer relações entre ambos os campos, com o aporte da Ecologia Política, da Justiça Ambiental e dos estudos decoloniais, além das discussões em torno do Antropoceno, a “nova época global”. Com o objetivo de compreender os modos de significação dos discursos que tomam parte da RGPL e das comunidades dos arredores, sobre a Paleontologia, seu sentimento de pertencimento e sua cotidianidade, seus sentidos sobre problemáticas ou socioambientais e sobre a Educação Ambiental - EA, utilizome dos pressupostos teórico-metodológicos da Análise Crítica do Discurso – ACD de Norman Fairclough para análise de amostras discursivamente situadas, por considerar o papel da linguagem essencial a este trabalho. Trago também Walter Benjamin para a discussão, no intento de entender melhor os problemas da modernidade e os discursos que dela tomam parte. Por meio da análise do Material Educativo Informativo – MEI coletado nas grutas, da resposta a questionários enviados aos/às monitores/as ambientais e de entrevistas por videochamadas com moradores/as locais, abri-me ao campo, em uma pesquisa de caráter discursivo. Como resultado, pude notar que as dimensões analisadas têm forte conexão entre si, com a origem dos sujeitos influenciando os sentidos que tecem em relação à Paleontologia e ao seu pertencimento. Sujeitos que demonstram também um posicionamento crítico quanto à problemática ambiental local, em suas variadas formas. Esses problemas, que muitas vezes acabam vitimando o senso de pertencimento, são por vezes ocultados por uma EA ainda conservadora e acrítica, distante da realidade local. Mas essas conexões também mostraram haver potenciais emancipatórios por meio de uma maior ligação entre Paleontologia e EA, que considere uma ecologia de saberes politizados, contextualizados e transformadores. Por fim, as tessituras aqui situadas mostraram-se referenciais para a luta contra a desigualdade social nos sítios paleontológicos e pela inclusão de suas comunidades em uma gestão participativa.