Conhecimento ecológico local e sua interferência na conservação da biodiversidade botânica para três comunidades quilombolas residentes em contexto de floresta atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Conde, Bruno Esteves lattes
Orientador(a): Pimenta, Daniel Sales lattes
Banca de defesa: Chedier, Luciana Moreira lattes, Senna Valle, Luci de lattes, Soldati, Gustavo Taboada lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2181
Resumo: O conhecimento ecológico tradicional de comunidades como as Quilombolas, traz considerações sobre o estado de conservação das espécies locais. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o conhecimento ecológico tradicional quanto a sustentabilidade de flora nas comunidades Quilombolas de São Sebastião da Boa Vista (SSBV), São Bento (SB) e Colônia do Paiol (CP), para subisidiar posterior plano de manejo. Utilizou-se: aproximação aos membros da comunidade; coleta de dados etnobotânicos para quaisquer usos; coleta de dados fitossociológicos nas florestas locais; análises quantitatívas com a aplicação de índices para avaliar a importância das espécies nativas para a cultura local e seus estados de conservação. Através de 21 especialistas locais, sendo 7 em SSBV, 6 em SB e 8 em CP, obteve-se uma lista de 212 espécies em SSBV (105 espécies nativas), 221 em SB (96 espécies nativas) e 154 espécies em CP (53 espécies nativas). Para os índices que avaliaram a importância da espécies, destacaram para SSBV, Dalbergia hortensis Heringer & al. (26 / 2.14) e para SB: Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. (3,32 / 1). Com base na prioridade máxima de conservação, SSBV apresentou 33 espécies e SB 32, já em CP não se foi possível acessar as florestas. Quando se relacionou os índices utilizados, verificou-se que não existe correlação entre a importância cultural das espécies botânicas e suas conservações. Em CP, o acesso às florestas locais é atualmente proíbido pelos fazendeiros locais que tomaram posse de tais áreas. A floresta de SSBV é predominantemente composta por espécies pioneiras e em SB de espécies secundárias iniciais. Concluiu-se que as comunidades em questão detêm grande conhecimento sobre o uso das floras locais, entretanto, há a necessidade de se implementar estratégias para a recomposição florestal, além da produção de plano de manejo sustentável que priorize a preservação de determinadas espécies locais. A diminuíção dos espaços florestais, chama a atenção para a demarcação imediata das terras Quilombolas visando não somente a manutenção da cultura local, como também a consequente conservação da biodiversidade de flora à partir de plano de manejo dos recursos naturais utilizados.