Dieta da rã-das-pedras (Thoropa miliaris) (Anura: Cycloramphidae) na Serra do Mar e Serra da Mantiqueira, Sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Henrique José de lattes
Orientador(a): Costa, Henrique Caldeira lattes
Banca de defesa: Silva, Emanuel Teixeira da lattes, Ceron, Karoline lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00286
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14840
Resumo: A escassez de pesquisas sobre interações bióticas (déficit Eltoniano) é um dos maiores impedimentos ao avanço do conhecimento sobre a biodiversidade. Investigar a ecologia trófica de uma espécie é uma etapa essencial para preenchermos tais lacunas. O Brasil, a despeito de possuir a maior riqueza de anfíbios anuros do mundo, tem grandes lacunas de conhecimento sobre interações bióticas mesmo para espécies comuns. Um exemplo é a rãdas-pedras, Thoropa miliaris (Spix, 1824), espécie endêmica de ambientes rochosos da Mata Atlântica que ocorre do sudeste do Brasil ao sul da Bahia. Neste trabalho detalhamos a dieta de T. miliaris e verificamos se indivíduos da espécie selecionam suas presas ou as consomem conforme a sua disponibilidade no ambiente. Além disso, verificamos se a disponibilidade de presas potenciais e a dieta de T. miliaris difere entre dois complexos serranos (Serra do Mar e Serra da Mantiqueira). Nossa hipótese é de que a espécie possua dieta generalista e que a disponibilidade de presas e a diversidade de presas consumidas sejam maiores na Serra do Mar, como possível reflexo da maior produtividade primária comparada à Serra da Mantiqueira. Para a análise da dieta, coletamos exemplares de T. miliaris e as presas disponíveis no ambiente (invertebrados) em dez localidades ao longo da Serra do Mar e Serra da Mantiqueira entre novembro de 2021 e janeiro de 2022. Capturamos as rãs manualmente e as presas usando armadilhas de interceptação e queda e através da coleta de serapilheira. Identificamos as presas no conteúdo estomacal e as presas coletadas no ambiente até o nível taxonômico de Ordem utilizando bibliografias especializadas. Devido à grande abundância e frequência de formigas nas amostras, nós as identificamos até o nível de gênero. O ambiente não proporcionou variação significativa na dieta de T. miliaris, e Formicidae foi a categoria de presa consumida seletivamente em maior volume, frequência e abundância nos dois complexos serranos. Nosso estudo é o mais amplo a analisar e avaliar a disponibilidade de presas do ambiente e a dieta de um membro de Cycloramphidae e, contrário do que esperávamos, T. miliaris não apresentou uma dieta generalista/oportunista descrita para a maioria dos anuros e sua dieta pouco difere entre as populações.