Resumo: |
Introdução: A aparência física da população, que vive cada dia mais, vem assumindo um papel significativo quando nos referimos à saúde e bem-estar geral. Portanto as questões dermatológicas assumem, a cada dia, uma grande importância médica. Os peelings químicos são um importante arsenal terapêutico, sendo o peeling de fenol classicamente recomendado para tratamento de clareamento de pele, atenuação das rugas estáticas e flacidez cutânea da face, exigindo sedação em ambiente hospitalar. Na técnica pontuada, sua execução pode ser feita em ambiente ambulatorial, com segurança. Objetivo: investigar os mecanismos pelos quais a técnica se mostra eficaz quando aplicado de forma pontuada, avaliando as alterações da matriz extracelular colagenosa, das fibras elásticas e as fibras colágenas Tipo I e Tipo III, por morfometria automática, e o aumento de células de origem mesenquimal da derme através da imuno-histoquímica. Métodos: Foram utilizados blocos de biópsias de pele da face de pacientes do sexo feminino (n = 17) realizadas antes e depois do tratamento que foram atendidas no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, submetidas ao protocolo de cinco sessões de peeling de fenol pontuado. Os cortes histológicos foram submetidos à análise histopatológica de rotina (HE), análise histoquímica para fibras elásticas (Verhöeff) e para fibras colágenas Tipo I e Tipo III (picrosirius red) e à análise imuno-histoquímica para células com expressão vimentina positiva na derme. Três pacientes foram excluídas, por material insuficiente nos blocos para todas essas colorações. Os dados foram expressos em média aritmética simples ± desvio padrão, mediana e expostos em boxplot. Resultados: Ao compararmos as concentrações de matriz extracelular colagenosa pelo HE e de fibras elásticas (Verhöeff) houve uma relação inversa na histomorfometria, onde das oito pacientes que apresentavam as menores concentrações de fibras colágenas do grupo, seis possuíam as maiores concentrações de fibras elásticas. Das seis pacientes que apresentavam as maiores concentrações de fibras colágenas do grupo, todas apresentavam concentração abaixo da média do grupo para fibras elásticas. Quanto a análise da relação entre fibras colágenas Tipo III e Tipo I, houve uma inversão de valores por maior ganho de fibras colágenas Tipo I em relação as fibras colágenas Tipo III. Na imuno-histoquímica, 64,28% das pacientes (n = 9) apresentou aumento da celularidade mesenquimal. Conclusão: os resultados sugerem que a melhora clínica no tratamento do fotoenvelhecimento facial com a técnica proposta pode estar correlacionada com o maior equilíbrio entre material colágeno e elástico, com maior produção de fibras colágenas Tipo I em relação as fibras colágenas Tipo III e com o aumento do número de células mesenquimais nas amostras pós-tratamento. Diante dos resultados sugerimos que novos estudos sejam realizados, tanto clínicos quanto experimentais, para melhor elucidar os mecanismos de ação da técnica. |
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