Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Campos, Míria Izabel
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Orientador(a): |
Oliveira, Magda Carmelita Sarat
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Banca de defesa: |
Cunha, Maria Teresa Santos
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Honorato, Tony
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Furtado, Alessandra Cristina
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Martins, Morgana de Fátima Agostini
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/385
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Resumo: |
A pesquisa teve como objetivo inventariar um arquivo pessoal para conhecer, descrever e apreender as marcas da educação feminina escritas em memoriais de infância (auto)biográficos, por mulheres/acadêmicas do curso de Pedagogia, problematizando questões de gênero. Foram utilizados, para as análises, os conceitos de figuração, interdependência e poder desenvolvidos por Norbert Elias, sociólogo alemão (1897 - 1990), bem como a abordagem (auto)biográfica em suas interfaces com o campo educativo. O corpus documental da investigação ficou constituído por histórias de 20 mulheres/acadêmicas nascidas nas décadas de 1980 e 1990, nas cidades de Amambai, Caarapó, Dourados, Fátima do Sul, Glória de Dourados e Rio Brilhante do estado de Mato Grosso do Sul, estudantes do curso de Pedagogia na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Grande Dourados, tendo elas cursado disciplinas relativas à infância e educação infantil nos anos de 2013, 2014, 2016 e 2017. O estudo pretendeu somar-se ao grande número de trabalhos que vêm sendo desenvolvidos, a partir da abordagem (auto)biográfica nos últimos anos, no Brasil, porém construindo um viés diferenciado, a partir do momento em que utilizou memoriais de infância e história de mulheres ainda em processo de formação inicial. A tese defendida vem ao encontro da perspectiva de que a consciência que o indivíduo tem de si está em interdependência com a dinâmica relacional de funcionamento das figurações sociais, que são permeadas pelo poder em uma perspectiva de longa duração do/no processo civilizador. Por esse enquadramento, os memoriais de infância das mulheres/acadêmicas revelaram tensões e, consequentemente, a busca de um equilíbrio de forças nas diferentes figurações das/nas quais elas viveram, constituíram e foram constituídas. Em suas histórias, as marcas das infâncias ora foram lembradas, ora esquecidas, pois a memória cuidou de abrir e/ou fechar as lacunas, reverberando um movimento que pode ser entendido como busca para sobreviver e continuar. Muitas recriaram infâncias repletas de cuidados, afetos, quando estiveram bem próximas das mães, pais, irmãs e irmãos, avós, amigos, professoras, colegas, o que repercutiu em segurança e autoestima positiva. Em contrapartida, algumas delas escreveram que, por vezes, foram renegadas, negligenciadas, agredidas, esquecidas; experienciaram desigualdades de geração e gênero, indicando um grande desequilíbrio de poder entre crianças e adultos e entre meninas e meninos. À guisa de conclusão, aponta-se que escrever memoriais de infância constituiu-se em um caminho para contornar o silêncio das mulheres/acadêmicas, o que possibilitou compreender a educação feminina, bem como pensar a docência na Pedagogia ressignificando o lugar da mulher na profissão, na perspectiva de ser alguém que possa efetivamente contribuir para a mudança de gerações futuras, cuidando e educando meninas e meninos de maneira igualitária. |