Relação parasito-hospedeiro-ambiente durante o ciclo de cultivo de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) em sistema semi-intensivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cavalcanti, Lidiany Doreto lattes
Orientador(a): Russo, Márcia Regina lattes
Banca de defesa: Lizama, Maria de los Angeles Perez lattes, Silva, Tarcila Souza de Castro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Ciências e Tecnologia Ambiental
Departamento: Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4600
Resumo: O hábito alimentar fitoplanctófago da tilápia é uma das razões do avanço do cultivo dessa espécie no Brasil e no mundo, pois minimiza os custos com ração, dando espaço aos alimentos alternativos, como o planctôn natural. Para o crescimento do plâncton é comumente utilizado adubo que, no caso dos orgânicos, é uma alternativa de baixo custo ao produtor, utilizando dejetos de outras criações. Preocupações com a qualidade da água e patógenos frente a fertilização orgânica são constantes e estudos sobre os parasitos nesses sistemas de criação são escassos. Desse modo, o objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento das tilápia do Nilo e os metazoários branquiais em viveiros contento adubo orgânico (cama de frango) e o uso dos monogeneas como bioindicadores das mudanças das variáveis físicas e químicas da água em piscicultura. Foram utilizados quatro viveiros em uma piscicultura comercial de Laguna Carapã, Mato Grosso do Sul, Brasil, dois contendo adubo, cama de frago (tratamento fertilizado) e dois sem adubo (tratamento não fertilizado). O manejo e a densidade foram iguais para ambos os tratamentos e as coletas dos peixes aconteceram mensalmente, após a captura realizou-se a biometria, e o fator de condição foi calculado, avaliou-se também o desempenho zootécnico através do ganho de peso (G.P), sobrevivência, conversão alimentar e ração ofertada, em seguida, as brânquias foram removidas e os parasitos quantificados e identificados. Para avaliar o uso de monogeneas como bioindicadores as coletas foram realizadas mensalmente, utilizando 200 exemplares de tilápia do Nilo em uma piscicultura comercial, sendo aferido também as variáveis físicas e químicas da água, antecedendo a coleta dos peixes, correlacionando assim a abundância das espécies de monogenea com as variáveis físicas e químicas da água. Todos os parasitos encontrados pertenciam à classe Monogenea das espécies: Cichlidogyrus halli, C. tilapiae, C. thustonae, C. sclerosus e Scutogyrus longicornis, para ambos os tratamentos. A abundância média de Cichlidogyrus e Scutogyrus foi maior nos viveiros que não receberam adubo, havendo diferenças significativa entre os tratamentos (p= 0,14), sendo 2.945 espécimes no tratamento fertilizado e 5.792 no não fertilizado, havendo picos de abundância em fevereiro/2018 e março/2018 para o tratamento não fertilizado, conjuntamente com a diminuição do oxigênio dissolvido. Não houve diferenças expressivas no ganho de peso dos peixes, porém nos viveiros fertilizados houve uma economia de 90,48 quilos de ração, além disso, a sobrevivência foi maior, evidenciando assim, os efeitos positivos do uso de adubo orgânico em doses adequadas em sistemas semi-intensivos. E sobre a bioindicação, as espécies de monogeneas C. tilapiae, C. thustonae, C. sclerosus e Scutogyrus longicornis, foram sensíveis as alterações ambientais ocorridas durante o ciclo de cultivo, sendo indicadores das variações dos parâmetros físicos e químicos. Desse modo, demonstraram ser uma alternativa de baixo custo e de relevância para o monitoramento da qualidade da água de pisciculturas.