Avaliação da toxicidade e das atividades anti-inflamatória e analgésica do extrato etanólico de Gomphrena celosioides Mart. (Amaranthaceae) em roedores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Macorini, Luis Fernando Benitez lattes
Orientador(a): Arena, Arielle Cristina lattes
Banca de defesa: Andrade, Sergio Faloni de lattes, Silva Filho, Saulo Euclides lattes, Bernardes, Sara Santos lattes, Negrão, Fábio Juliano lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Faculdade de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4954
Resumo: Introdução: Gomphrena celosioides, é conhecida popularmente no Brasil como “Perpétua Brava” e utilizada para o tratamento de diversas doenças, tais como, hepáticas, dermatológicas, dismenorréia, infecções, dores, entre outras. Estudo químico do extrato etanólico das folhas de G. celosioides mostrou a presença de ácido málico, ácido cafeico, ácido ferúlico, catequina, ácido vanílico, irisona B, dimetoxiflavona, cafeoil-glicose. Além disso algumas atividades biológicas da planta, incluindo atividade anti-inflamatória, diurética, antimicrobiana, gastroprotetiva, antioxidante e imunomodulação já foram descritas na literatura. Neste contexto, o objetivo desse estudo foi avaliar o potencial anti-inflamatório, antiartrítico, analgésico e a toxicidade do extrato etanólico das folhas de Gomphrena celosioides (EEGC) em roedores. Material e Métodos: Para avaliação do Edema de pata, hiperalgesia mecânica e alodinia ao frio os camundongos C57Bl6 foram tratados via oral com EEGC (300, 700 ou 1000 mg/kg), salina (grupo controle) ou dexametasona (1 mg/kg) e após 30 minutos foram induzidos com carragenina. O modelo de pleurisia em camundongo Swiss fêmeas foi induzido por administração de 1 ml de carragenina intrapleural após 30 minutos de tratamento com EEGC (300, 700 ou 1000 mg/kg), salina (grupo controle) ou dexametasona (1 mg/kg). Para indução de artrite, foi utilizado modelo inflamatório induzido por zymosan em região intra articular de camundongos Swiss tratados 30 minutos antes com EEGC 300 mg/kg, salina (grupo controle) ou dexametasona 1 (mg/kg). Para avaliação da peritonite, camundongos Swiss machos foram divididos em: grupo naive, controle, EEGC 300 mg/kg e dexametasona (1 mg/kg). Após 30 minutos de tratamento, a peritonite foi induzida por Zymosan. Rolamento e adesão de leucócitos em endotelo mesentérico foi avaliado após indução por carragenina e tratamento com EEGC 300 mg/kg e indometacina (5 mg/kg). O modelo persistente para avaliação anti-inflamatória e analgésica foi realizado com Freund's Complete Adjuvant (CFA) em camundongos C57BL6 tratados com EEGC 100 mg/kg, controle salina e dexametasona (1 mg/kg) por 22 dias. Para a avaliação da toxicidade foi utilizado modelo agudo com ratos Wistar seguindo guideline OECD e a toxicidade subaguda foi avaliado utilizando camundongos Swiss, avaliados durante 28 dias, verificando-se parâmetros hipocráticos, comportamentais, histológicos, bioquímicos e hematológicos. Resultados: EEGC apresentou redução do Edema de Pata em todas as doses nas 3 horas avaliadas e ainda foi possível observar redução da hiperalgesia mecânica na terceira hora em todas as doses, bem como uma redução da alodinia ao frio, com 3 horas na dose de 700 mg/kg de EEGC e com 4 horas em 700 e 1000 mg/kg de EEGC em modelo induzido por carragenina. Após indução de pleurisia, foi possível observar uma redução da migração leucocitária nas doses de 700 e 1000 mg/kg de EEGC, porém não houve redução do extravasamento proteico em cavidade pleural. Foi observado redução da migração leucocitária e da hiperalgesia mecânica em modelo de artrite induzido por Zymosan, após tratamento com EEGC 300 mg/kg. O EEGC também reduziu a migração leucocitária em peritonite induzida por Zymosan na dose de 300 mg/kg de EEGC, porém não houve diferença na dosagem de óxido nítrico (NO) do lavado peritoneal. Após avaliação da redução de leucócitos em cavidade peritoneal, foi avaliado o rolamento e adesão dos leucócitos em endotélio mesentérico e observado redução, tanto do rolamento, quanto da adesão após indução com carragenina e tratamento com EEGC 300 mg/kg. Em modelo de inflamação e dor persistente induzido por CFA, animais tratados com EEGC 100 mg/kg apresentaram redução do edema de pata no 22º dia, alodinia ao frio em 6, 11 e 16 dias, e redução da hiperalgesia mecânica em todos os dias avaliados. A análise toxicológica aguda após administração de 2000 mg/kg de EEGC em ratos Wistar não demonstrou alteração nos parâmetros avaliados, assim como também não apresentou alterações em parâmetros avaliados da toxidade subaguda nas doses de 75, 150 e 300 mg/kg de EEGC. Conclusão: O EEGC demonstrou potencial anti-inflamatório, antiartrítico e analgésico em diferentes modelos de indução agudo e persistente, com diminuição do rolamento e adesão endotelial de leucócitos. Além disso, o extrato não apresentou toxicidade em modelo agudo e subagudo.