Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Teles, Juslei Teixeira
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Orientador(a): |
Ziliani, Rosemeire de Lourdes Monteiro
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Banca de defesa: |
Silva, Dirceu Santos
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Furtado, Alessandra Cristina
,
Oliveira, Magda Carmelita Sarat
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4891
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Resumo: |
A pesquisa apresentada nesta dissertação abordou o tema da disciplina Educação Física no ensino médio. O objetivo geral da pesquisa foi o de analisar como a disciplina Educação Física (EF), dirigida ao ensino médio (EM) foi produzida no discurso oficial das reformas ocorridas no país entre 1971 e 2017. O recorte temporal adotado se justifica pela reforma expressa com a aprovação de Lei nº 5.692/71 e seus desdobramentos legais, até a última reforma regulamentada pela Lei nº 13.415/2017. Na revisão das produções científicas, foram selecionados trabalhos entre 2007 e 2021, evidenciando que o tema vem sendo colocado na ordem do discurso científico. A pesquisa de cunho documental tomou os documentos como instrumentos significativos a serem interrogados para o entendimento da história da EF. As fontes privilegiadas na pesquisa foram os documentos legais (medidas provisórias, leis, regulamentos, projetos de lei e emenda). Na análise foram priorizadas as principais reformas e as respectivas legislações que regulamentaram a oferta do EM no país. Como referencial teórico a pesquisa dialogou com Michel Foucault, em especial os conceitos de discurso/enunciado e relações de poder-saber, problematizou-se a presença (permanências e transformações) da disciplina EF nessas reformas, com a análise de enunciados centrais que as mesmas colocaram em circulação e que contribuíram/contribuem para produzir seus rumos na educação brasileira. Dialogamos, também, com autores que abordam o tema no âmbito educacional como Fischer (2001) e Popkewitz (1997); sobre a história das disciplinas escolares foi utilizado Chervel (1990); e na Educação Física Escolar, como Ghiraldelli Junior (1991), Castellani Filho (1998), Jocimar Daólio (1997), Mauro Betti (1998; 2011), Taborda de Oliveira (2001), Carmem Soares (2004), Galvão (2005), Golin (2008), Dias (2013), Araújo (2016), Soares (2017) e Oliveira (2019). Os resultados evidenciam as consequências que, em especial, a última reforma implicou/implica para a formação dos alunos matriculados no EM, bem como para as práticas pedagógicas da EF, pois, ao torná-la facultativa aos alunos e incluir o “notório saber” em relação a formação do professor, colocou-se em questão sua validade, “desqualificando” sua importância no currículo escolar. Concluímos que os discursos em circulação, às enunciações em comum relacionadas ao EM, regulamentam a “formação” dos jovens com vistas a prepará-los para o mundo do trabalho, por meio da profissionalização “compulsória”, em especial nos anos 1970 e 1980 e, após a promulgação da LDB/96, atualizou-se esse aspecto formativo por meio da ênfase nas diferentes tecnologias e dirigindo o interesse formativo às características que emergiam ao escolar, frente às transformações ocorridas e nas consequentes demandas do mundo do trabalho. No primeiro período dessas regulamentações, a EFE constituiu-se como dispositivo governamental de controle e disciplinarização dos corpos, voltados para a aptidão física e a “manutenção da saúde individual”, nas concepções tecnicista, esportista e militarista. Na década de 1990, a EFE para o EM possuía como uma de suas finalidades trabalhar dimensões como a emocional e a psicológica dos alunos, por meio de sua organização metodológica e pedagógica. A reforma de 2017, contrapondo-se a LDB/96, indicou a facultatividade de algumas disciplinas escolares, entre elas a EF, o que propagou certa “suspeita” ou, ao menos, um questionamento acerca da importância das mesmas no currículo desse nível da escolarização. |