Resumo: |
O agronegócio se destaca sendo uma das bases da economia brasileira, porém, o ciclo contínuo da produção de alimentos, biocombustíveis, fibras e o clima favorável contribui para a incidência de insetos-praga durante o ano todo, os quais podem afetar os indicadores de produtividade. A espécie Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) é considerada a principal praga da cultura do milho, devido à voracidade das lagartas e sua ocorrência ao longo de todo o ciclo de cultivo. O controle químico e o uso de plantas com tecnologia Bt têm sido constantemente utilizados, resultando no surgimento de populações de insetos resistentes aos diferentes inseticidas e proteínas de Bt expressadas, levando a implicações negativas para a implantação de Programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Plantas Bt são desenvolvidas por meio da biotecnologia para serem capazes de resistir a determinados insetos-praga. Para que as apresentem essa resistência, foi inserido em seu DNA gene que expressa uma proteína tóxica para alguns insetos como lagartas, besouros, moscas etc. De outro modo uma alternativa para a redução populacional de S. frugiperda é realizada através da utilização de iscas tóxicas, que são atrativos contaminados com substâncias que afetam negativamente os insetos. Os objetivos desse estudo foram avaliar os efeitos de atrativos alimentares aos adultos de S. frugiperda associados a diferentes inseticidas em condições controladas de laboratório e a redução de danos a campo em milho geneticamente modificado (Bt e não Bt) mediante pulverização de isca tóxica. Para tanto, em condições controladas (bioensaios), foram testados sete atrativos alimentares em estudo com chance de escolha e quatro atrativos em estudo sem chance de escolha. Para o estudo de mortalidade, o atrativo alimentar foi associado a seis inseticidas químicos. O delineamento experimental utilizado nos bioensaios foi inteiramente casualizados (DIC). A quantidade de insetos que alimentaram dos atrativos alimentares, o tempo (em minutos) que permaneceram no atrativo alimentar e a mortalidade dos adultos de S. frugiperda foram os parâmetros avaliados. Os atrativos alimentares melado (10%) e Noctovi® 43sb foram significativamente mais eficientes em relação a tempo de alimentação, enquanto o maior número de pousos foi observado no tratamento Noctovi® 43sb, tanto para fêmeas e total de adultos. Os inseticidas Methomyl, Lambda-cyhalothrin e Spinosad associados ao atrativo alimentar, são iscas tóxicas promissoras para o manejo de S. frugiperda. As experiências à campo foram conduzidas em três cidade localizadas no Sul do estado do Mato Grosso do Sul, Brasil, durante o ano agrícola de 2018 e 2019, em lavouras de milho comercial, com e sem tecnologia Bt, em oito locais e seis tratamentos, sendo quatro deles com aplicação de isca tóxica. O delineamento experimental foi com blocos casualizados (DBC), e o atrativo alimentar associado à molécula inseticida foi aplicada na cultura nos estádios V1 e V3. As populações de adultos foram monitoradas com armadilhas a base de feromônios sexual e a porcentagem de danos quantificada utilizando as notas da Escala de Davis. A aplicação da isca tóxica, em faixas iguais ou inferiores a 50 metros entre si, reduziu significativamente a porcentagem de danos e injúrias nas plantas. O maior efeito nestes parâmetros foi quando associado a cultivos com milho Bt. A técnica “atrai e mata” nas condições estudadas, podem ser adotadas como mais uma ferramenta para o controle de adultos de S. frugiperda, dentro de programas de Manejo Integrado de Pragas, na cultura do milho segunda safra. |
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