Banco Central e os sentidos sociais da ação em política monetária: as justificações morais distintas dos usos sociais do dinheiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Márcio Rogério lattes
Orientador(a): Grün, Roberto lattes
Banca de defesa: Patrício, Inês Emília de Moraes Sarmento lattes, Pedroso Neto, Antonio José lattes, Paulillo, Luiz Fernando de Oriani e lattes, Zilbovicius, Mauro
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Carlos
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Engenharia de Produção
Departamento: Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/2695
Resumo: Trata-se de um estudo realizado sobre os sentidos sociais emergentes da ação em política monetária do Banco Central do Brasil (BCB) entre os anos 1995 e 2016, valendo-se de comparações com agentes do Federal Reserve (FED), Banco Central Europeu (BCE) e grupos de pressão inseridos em um espaço social mais amplo, objetivando a compreensão dos sentidos sociais das tomadas de decisão sobre tal política, baseada em heranças estruturais e morais ao longo do processo histórico do papel dos Bancos Centrais. Sob a sociologia da capacidade crítica de Boltanski e Thevenot, suportados nos métodos prosopografia, narrativas, conteúdo e demonstrações financeiras, tomando por referência disputas situacionais em torno dos juros, foi possível demonstrar que há momentos em que há convergência entre a posição e as tomadas de posição dos dirigentes no BCB, ao passo que em outros momentos influenciam mais coalizões público-econômico-financeiras ou a pressão performativa de grupos externos ao poder, sobretudo em contenciosos culturais que abrem maiores espaços de contestação, opondo práticas Hawkish (aperto monetário) à práticas Dovish (flexibilização monetária), emergindo sentidos morais de acusação e defesa. Concluiu-se, por fim, que a contra performatividade monetária entre 2011 e 2014 em sentido contrário as convenções de equivalência em política monetária, foi uma das variáveis importantes para a instauração de uma crise política, junto à outros fatores multisetoriais. Para tanto, essa tensão indicou um operador meta-heurístico dos juros e da inadimplência que ancora os altos juros em justificações técnico-morais, como justificação no “sacrifício” e “justa recompensa” aos financistas e como “punição” aos “irresponsáveis”.