Um Olhar geográfico sobre o processo de inserção do Hospital Universitário da UFGD no Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Leite, Marcio Nolasco lattes
Orientador(a): Souza, Adáuto de Oliveira lattes
Banca de defesa: Goettert, Jones Dari lattes, Martins, Catia Paranhos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/3904
Resumo: Este trabalho teve como objetivo geral analisar a política governamental voltada aos Hospitais Universitários (HUs), vinculados ao Ministério da Educação, no bojo do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários (REHUF), criado em 2010, pelo Governo Federal, com o discurso de criar condições materiais e institucionais para que os hospitais universitários federais pudessem desempenhar plenamente suas funções em relação às dimensões de ensino, pesquisa e extensão e à dimensão da assistência à saúde. Assim, contextualizamos o processo de implementação e operacionalização do REHUF nos HUFs buscando compreender os discursos e/ou teorias que lhe deram sustentação, os investimentos realizados e suas materialidades, enfim, seus desdobramentos e contradições, tendo como recorte de análise o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD). A metodologia adotada foi a abordagem integrada, buscando compreender o processo na sua totalidade e relacionando-o às suas particularidades. Nesse sentido, fizemos uma revisão histórica sobre os hospitais no mundo e sobre os HUFs no Brasil, além de caracterização de suas estruturas — mas, fundamentalmente, analisamos a dinâmica histórica no trato dispendido aos hospitais, suas conformações no espaço geográfico e as estratégias de financiamentos implementadas nos HUFs. Do mesmo modo, fizemos um exaustivo levantamento documental referente à inserção e dinâmica do HU-UFGD no REHUF. Evidenciamos que o HU-UFGD é referência como polo para 33 municípios polarizados regionalmente, consoante o oferecimento de serviços de saúde de média e alta complexidade na macrorregião de Dourados, porção austral de Mato Grosso do Sul. A pesquisa revela que, a partir do momento que os HUFs ficaram responsáveis por uma função a mais — ou seja, a assistência, cumulando-a com as de ensino e pesquisa —, passaram a ter problemas financeiros e de falta de trabalhadores da saúde. Em 2011, com o discurso governamental de resolução de tais problemas, foi criada a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a qual em 2018 já era incumbida de fazer a gestão de 80% dos HUFs. Neste novo contexto, estes passaram a ser geridos de forma híbrida: a reitoria indica a governança hospitalar e estes seguem as diretrizes da EBSERH SEDE (Brasília – DF). O território da norma não se compatibiliza com o território vivido/apropriado. Dourados, a partir da UFGD e do HU-UFGD, transformou-se qualitativamente em um centro hospitalar de referência para o Brasil. A EBSERH, sendo a gestora do REHUF, tem a função de efetivar os objetivos do programa, entre eles a situação deficitária de recursos humanos, ainda não resolvida, mesmo após os concursos celetistas lançados. É preciso criar condições para que todos os trabalhadores atuem com menos tensões diante desse campo político constantemente movimentado.