Déficit hídrico associado à micorrizas arbusculares e ácido abscísico no metabolismo fotossintético e crescimento inicial de mudas de Dipteryx alata Vogel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Jesus, Maílson Vieira Jesus lattes
Orientador(a): Scalon, Silvana de Paula Quintão lattes
Banca de defesa: Dresch, Daiane Mugnol lattes, Santiago, Etenaldo Felipe lattes, Santos, Silvia Correa lattes, Lourente, Elaine Reis Pinheiro lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Agronomia
Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4994
Resumo: O déficit hídrico tem sido mais frequente com as mudanças climáticas e por práticas inadequadas de uso do solo, influenciando nos padrões de distribuição das chuvas e na capacidade de absorção da água pelas plantas. As plantas desenvolvem mecanismos de aclimatação e adaptação, para garantir sua sobrevivência em condições adversas. Nesse sentido, a simbiose micorrízica arbuscular (MA) tem importante papel no auxílio às plantas em respostas combinadas como, alterações na sinalização do ácido abscísico (ABA), que também influencia na colonização dos fungos micorrízicos arbusculares (FMAs), formando um complexo cada vez mais estudado. O Cerrado, rico em biodiversidade e potencial agrícola, apresenta hipersazonalidade climática, que permite a exposição das plantas ao déficit hídrico. Neste contexto, está o baru (Dipteryx alata Vogel), arbórea frutífera nativa desse bioma, da qual são obtidos inúmeros produtos, madeireiros e não madeireiros, sendo uma das espécies nativas mais promissoras para cultivo. A obtenção de mudas com qualidade é fundamental para que esse potencial seja alcançado, o que torna necessário entender seu comportamento diante da escassez de água e do complexo ABA-MA. Assim, objetivamos avaliar o déficit hídrico associado à micorrizas arbusculares e ácido abscísico no metabolismo e crescimento inicial de mudas de D. alata. Para isso, realizamos dois ensaios, sendo o primeiro, a fim de avaliar mudas de D. alata cultivadas sob regimes hídricos (controle: mudas irrigadas diariamente, e déficit hídrico: suspensão da irrigação) associados à inoculação com fungos micorrízicos arbusculares (FMAs): SM – sem inoculação; M1 - inoculação com Rhizoglomus heterosporum; M2 - Rhizoglomus clarum; e MO (On farm) – mistura de espécies sem a presença das M1 e M2, em dois experimentos comparados: aplicação exógena de ácido abscísico 50 µM (ABA+) e sem aplicação (ABA-). Após suspensão da irrigação, foi monitorada diariamente a taxa fotossintética, até a detecção das primeiras mudas com valores próximos à zero, caracterizando a primeira época de avaliação dos experimentos: F – fotossíntese zero (7 dias da suspensão da irrigação), quando foi retomada a irrigação, e R: recuperação - 100 dias após F. As mudas de D. alata exibiram menor potencial hídrico sob déficit hídrico, que também prejudicou as trocas gasosas e causou danos ao fotossistema II. Entretanto, a espécie apresentou resiliência, equilibrando suas relações hídricas, ajustando metabolismo fotossintético e crescimento. A inoculação, especialmente, com R. clarum e R. heterosporum, auxiliou as mudas a diminuírem a perda de água, mantendo o conteúdo relativo desta, aumentando assim, a taxa fotossintética e evitando danos irreversíveis no fotossistema II, o que levou à maior qualidade de mudas. O ABA exógeno aplicado no substrato, apresenta efeito direto e benéfico na colonização dos FMAs, mas não influencia suficientemente para causar efeito indireto na tolerância das mudas de D. alata ao déficit hídrico. O segundo ensaio teve como finalidade principal, a qualidade das mudas, que foram cultivadas sob os mesmos regimes hídricos, porém sem aplicação de ABA e inoculadas ou não com R. clarum (MA+). O déficit hídrico prejudicou as relações hídricas como, potencial hídrico e eficiência no uso da água (EUA). Contudo, nas mudas MA+, além de apresentaram incrementos na razão de área foliar:massa seca total, índice de clorofila e eficiência da carboxilação da Rubisco (A/Ci), garantiu aumento na qualidade de mudas de D. alata. A aplicação exógena de ABA potencializa a colonização de FMAs em D. alata, sendo que a inoculação com FMAs auxilia na resiliência das mudas ao déficit hídrico, formando mudas com maior qualidade.