A Feira e a cidade: espaço urbano, memória e sociabilidades da feira livre de Dourados (1948-2016)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Quadros, Camila de Brito lattes
Orientador(a): Queiroz, Paulo Roberto Cimó lattes
Banca de defesa: Campos, Yussef Daibert Salomão de lattes, Langaro, Jiani Fernando lattes, Tedeschi, Losandro Antônio lattes, Perli, Fernando lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em História
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5209
Resumo: Esta pesquisa tem como objeto de análise a Feira Livre de Dourados, criada em 1948 como uma estratégia de abastecimento dos moradores da cidade, comercialização dos produtos hortifrutigranjeiros dos colonos da Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND) e da Colônia Municipal de Dourados (CMD), além de estratégia para arrecadação de tributos no município. A instalação das colônias, os diversos processos de migração e as ideias de progresso e modernidade sobre Dourados estão relacionadas e favoreceram o projeto de criação da feira. Durante o passar das décadas, a feira foi instalada em diversos locais da cidade, tendo permanecido por mais tempo (36 anos) na rua Cuiabá. O objetivo da tese foi apresentar e analisar a Feira Livre de Dourados e sua relação com a cidade. Os aspectos analisados perpassaram as temáticas: a sua origem no contexto histórico das colônias agrícolas; os espaços ocupados na cidade diante das ações de planejamento urbano das diferentes administrações públicas municipais; a feira enquanto patrimônio cultural do município e, por fim, as diversas sociabilidades presentes nesse cenário multicultural. Em paralelo, as percepções dos diferentes sujeitos sociais ligados à feira são apresentadas e problematizadas nas perspectivas das relações de poder; nas práticas sociais entre feirantes, consumidores e moradores do entorno; na multiculturalidade presente no ambiente físico e simbólico da rua e nas inúmeras mudanças através das décadas – na feira e na cidade. Dentre as conclusões, foi possível perceber o papel da imprensa local que se posicionou diante das problemáticas que se apresentaram, ora tecendo elogios, ora cobrando das administrações públicas medidas de organização, fiscalização e adequação estrutural da feira. Além disso, as fontes demonstraram que os elementos progresso e modernidade foram utilizados, recorrentemente, para embasar as propostas de alteração de local da feira. Com relação à patrimonialização foi possível constatar as inconsistências e inadequações relacionadas à aplicação do tombamento como instrumento protetivo e, para além disso, as fragilidades da política patrimonial aplicada em Dourados. A feira também foi analisada e problematizada enquanto palco de sociabilidades e como cenário de atuações populares nos mais diversos aspectos: utilizada e instrumentalizada politicamente, viabilizada enquanto ambiente solidário, cidadão e legítimo no âmbito da liberdade de expressão. Diante do exposto, é possível assegurar que a história da Feira Livre de Dourados se confunde, complementa e representa, em alguma medida, parte da história de Dourados. Como fontes desta pesquisa são utilizados documentos oficiais de diversas instituições públicas; fontes da imprensa local, representadas, sobretudo, pelos jornais O Progresso; O Douradense e folha de dourados; fontes orais e fontes memorialísticas.