Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim: a Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande - MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Garcia, Joice Souza lattes
Orientador(a): Baller, Leandro lattes
Banca de defesa: Tedeschi, Losandro Antônio lattes, Zarbato, Jaqueline Aparecida Martins lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em História
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5792
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo analisar a implantação da Casa da Mulher Brasileira no ano de 2015 em Campo Grande-MS (CMB), espaço destinado a atender mulheres vítimas de violência doméstica. As questões que atravessam a existência desse espaço tem sua historicidade e explicações no passado. Considerada uma referência de política pública para mulheres, a CMB é fruto de reivindicações feministas que desde a década de 1980 trazem a pauta da violência contra a mulher como prioridade. As fontes elencadas para essa pesquisa visam seguir a metodologia que concerne à teoria das representações sociais, que analisa o discurso presente na mídia (jornais e revistas), nos relatos de mulheres envolvidas com o espaço e ao que está colocado no senso comum. Através dessa proposta as subjetividades dessas mulheres também são perscrutadas, suas experiências pessoais e coletivas trazem um conhecimento situado que ajuda na compreensão de suas ações para que a CMB pudesse acontecer como experiência inaugural na capital sul-matogrossense. Seguindo modelo análogo ao implantado em El Salvador, a CMB traz uma proposta de transversalidade de gênero das políticas públicas, considerando as especificidades latino-americanas no que concerne ao enfrentamento da violência contra a mulher. Sob essa esteira, a investigação segue o viés interseccional de gênero ao analisar as particularidades referentes à raça e etnia, alargando o debate feminista sobre os temas que permeiam as políticas públicas, principalmente no que se refere à lei que deu respaldo para que essas afirmativas pudessem acontecer, como a Lei Maria da Penha (lei 11340/06). Isso explica o uso do título que faz alusão à música de Elza Soares, Maria da Vila Matilde, em alusão a resistência da mulher negra mediante a violência doméstica, com respaldo na legislação. As representações sociais demonstram a transição paradigmática assim como as teorias feministas com enfoque interseccional de gênero, sendo novas ferramentas conceituais para analisar ângulos da realidade da violência contra a mulher por novos olhares, provindos das lutas dos movimentos de mulheres e feministas, da criatividade e dos questionamentos no seio da ciência. Dessa forma, dialogam para novos olhares acerca do gênero e elenca objetos inaugurais, como a CMB.