Curvas de custos marginais de abatimento de gases de efeito estufa: oportunidades de mitigação para pecuária de corte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Karina Aparecida dos lattes
Orientador(a): Ruviaro, Clandio Favarini lattes
Banca de defesa: Machado, Esmael Almeida lattes, Borges, João Augusto Rossi lattes, Silva, Jonathan Gonçalves da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Agronegócios
Departamento: Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1365
Resumo: O Brasil dispõe de inúmeras razões para ser apontado como um país essencial para as reduções globais dos GEE. O país é 4º maior emissor, correspondendo a 4,63% das emissões mundiais, porém é também um dos cinco países com maior potencial de redução. No que se refere à sua condição de signatário, o país vem demonstrando, por meio de ações voluntárias, que está engajado em perfazer o compromisso assumido de reduzir suas emissões para o setor agropecuário, que corresponde a 37,09% das emissões totais de CO2eq do país. Estratégias estão sendo adotadas para o país migrar para uma economia com foco nas baixas emissões de carbono, produzindo com base em tecnologias limpas, processos e métodos que permitam adequar eficiência e sustentabilidade ambiental. Nas projeções para o cenário Business as Usual, mantendo a atividade em trajetória constante, as estimativas de emissões para a pecuária de corte no Mato Grosso do Sul até 2026 são de 2Gt CO2eq. no sistema extensivo; 1,7 no sistema semi intensivo e 1,2Gt CO2eq no sistema intensivo. Neste cenário, contudo, no que se refere aos parâmetros de investimento para o projeto, todos apresentaram resultados positivos para a viabilidade do projeto. No entanto, com a implantação de sistemas que integram o componente arbóreo associado a modelos de sistemas mais eficientes (semiintensivo e intensivo) é possível alcançar custos negativos e um saldo positivo de até 1,5t CO2eq por hectare no Cenário de Baixa Emissão de Carbono I (CBEC I). As análises financeiras do projeto para os sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Integração Lavoura-Pecuária (ILP) apresentaram resultados de viabilidade, com TIR de até 17,43% e 14,62%, respectivamente. No entanto, a TIR no Cenário de Baixa Emissão de Carbono II (CBEC II) ficou abaixo da taxa mínima de atratividade esperada. Mesmo quando os demais índices foram positivos, o risco de investimento, nestas condições propostas pelo estudo não asseguraram a viabilidade do projeto. O único modelo de sistema que não demonstrou viabilidade em nenhum dos cenários analisados foi o sistema Silvipastoril. Apesar do alto potencial de mitigação, de até 30t CO2eq, esse sistema possui um investimento inicial mais robusto, em comparação aos outros sistemas e um risco de investimento mais alto, por se tratar de árvores nativas. Apesar da perspectiva econômica, o sistema silvipastoril é uma atividade que possui elevado potencial de controle das emissões e atende os princípios de desenvolvimento ambiental e econômico. Portanto, esse modelo de sistema pode comportar algumas readaptações para viabilizar a sua implantação. Dada à variedade de componentes e a dispersão territorial, pode haver um alto grau de heterogeneidade entre os custos de abatimento para o mesmo sistema. Assim, portanto, a eficiência do abatimento e os valores dos investimentos podem expor uma dispersão nos resultados, variando de região e de sistema. As curvas MAC denotam um ponto de partida crucial para o debate mundial sobre como restringir as emissões de GEE, demonstrando, assim, uma base concreta de custos.