Interculturalidade e ensino de geografia em escolas na fronteira Brasil-Paraguai em Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Terenciani, Cirlani lattes
Orientador(a): Nunes, Flaviana Gasparotti lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Faculdade de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/374
Resumo: Este trabalho objetiva identificar e analisar como a Geografia escolar tem considerado a diversidade cultural presente na fronteira Brasil-Paraguai, na cidade de Ponta Porã – MS. A escolha desta cidade justifica-se em função de sua localização, classificada como “cidade gêmea” de Pedro Juan Caballero, Departamento de Amambay, Paraguai, o que lhe confere especificidades locais no que se refere a aspectos culturais, econômicas e políticas, marcados por embates, tensões, conflitos, relações de parentesco e trocas interculturais entre brasileiros e paraguaios, que refletem a complexidade vivenciada em uma fronteira internacional. A contigüidade das duas cidades possibilita um efetivo trânsito entre os moradores locais para ambos os lados da fronteira, e é nesse contexto queprocuramos inserir o ensino de Geografia. As escolas de Ponta Porã contam com um número representativo de alunos paraguaios que possuem nacionalidade brasileira, sendo identificados como brasiguaios, vivenciando uma multiterritorialidade transitando entre fronteiras (étnicas, culturais e nacionais) e territórios (re)criando novas formas de viver a/na fronteira. Assim, nosso principal objetivo centrou-se nas reflexões em torno da diversidade e diferença cultural vivenciada nas escolas locais para discutir conceitos básicos da Geografia, a saber: território, lugar e fronteira, relacionando-os com a perspectiva intercultural em educação. A partir de pesquisa qualitativa, foram realizadas entrevistas com professores e professoras de escolas da cidade que contam com um maior número de alunos brasiguaios, buscando analisar os Projetos Políticos Pedagógicos das escolas, as concepções e posturas destes professores perantea realidade fronteiriça e as proposições sobre o ensino de Geografia presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Como resultado, percebemos que a prática docente desta disciplina apresenta-se carente no que tange a sua dimensão socioespacial, de modo que os conceitos se caracterizam como distantes da vida individual e coletiva dos sujeitos, sendo considerados apenas como um conjunto de conteúdos e temas contidos na ementa curricular, na qual pouco se discute as práticas de discriminação e preconceito vivenciados a partir do (des)encontro entre brasileiros e paraguaios. Entretanto, acreditamos que a postura intercultural para o ensino de Geografia representa uma alternativa para a prática de ensino desta disciplina em áreas de fronteira a partir das relações de contato, diálogo e troca cultural, contribuindo para um maior entendimento dos encontros e desencontros que se configuram no contexto fronteiriço e que se manifestam espacialmente.