Epidemiologia da Infecção pelo Vírus da Hepatite B em Assentamento Rural em Mato Grosso do Sul, Brasil Central
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Enfermagem - FEN (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Enfermagem (FEN) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/3785 |
Resumo: | A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) é ainda hoje responsável pelo maior número de casos em todo mundo de doença hepática crônica e suas seqüelas: cirrose e carcinoma hepatocelular. No Brasil, um país considerado de baixa endemicidade para hepatite B, a maioria das informações sobre esta infecção tem se limitado a populações urbanas. Dados sobre a epidemiologia da hepatite B em populações rurais são raros. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar o perfil epidemiológico da infecção pelo vírus da hepatite B em indivíduos assentados do Assentamento Itamarati I, Mato Grosso do Sul. Inicialmente, realizou-se um estudo transversal, e a seguir, formou-se uma coorte de indivíduos suscetíveis ao HBV para vacinação contra hepatite B e avaliação da resposta vacinal. Os participantes foram recrutados por meio de sorteio aleatório simples de suas famílias. Em cada domicílio foram entrevistados todos os membros da família com idade ≥ dois anos que concordaram em participar do estudo mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Em seguida foram coletados 10 mL de sangue, para a detecção dos marcadores sorológicos do HBV: HBsAg, anti-HBs e anti-HBc Total, utilizando-se kits comerciais. As amostras HBsAg reagentes foram retestadas para os marcadores HBeAg e anti-HBe. A vacina contra hepatite B foi oferecida aos indivíduos identificados como suscetíveis para hepatite B, e a detecção quantitativa do anti-HBs foi realizada após a terceira dose da vacina. Para o processamento e análise dos dados, foi empregado o pacote estatístico SPSS for Windows versão 15.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Do total de participantes, 54,4% era do sexo feminino. A maioria possuía até 40 anos de idade (59,7%), casada/união consensual (62,7%) e se auto-declarou de cor branca (78,3%). Os marcadores sorológicos da infecção pelo HBV foram identificados em 110 assentados, resultando em uma prevalência global de 24,1% (IC 95%: 20,4 - 28,2). Doze indivíduos (2,6%) foram HBsAg positivos. Em 139 assentados (30,5%) detectou-se apenas o anti-HBs, sugerindo vacinação prévia. A análise de regressão múltipla revelou que idade, movimentos sociais e compartilhamento de objetos de higiene pessoal foram independentemente associados ao HBV. Entre as amostras reagentes para o HBsAg, o HBV DNA foi detectado em quatro, sendo identificado os genótipos D (3/4) e A (1/4). Dos 207 indivíduos identificados como susceptíveis a hepatite, 84 receberam a primeira dose da vacina e apenas 44 completaram o esquema vacinal. Destes 28 (63,6%) realizaram o anti-HBs quantitativo, dos quais 57,1% foram respondedores a vacina. Os resultados deste estudo evidenciam uma elevada prevalência para hepatite B nos assentados estudados, comparados a população urbana do Centro-Oeste, e dificuldades para a vacinação contra a hepatite B nesta população; sinalizando, assim, a necessidade da articulação entre serviços agrários e de saúde com lideranças de movimentos sociais de assentados para a criação e implantação de estratégias de saúde específicas para essa fatia da população rural brasileira. |