Alegoria e história natural no Trauerspiel-Buch de Walter Benjamin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Jinkings, Gabriel Nunes de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Filosofia - FAFIL (RMG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Filosofia (FAFIL)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/13833
Resumo: A presente pesquisa examina o percurso filosófico de Walter Benjamin na reabilitação da alegoria na obra Origem do drama barroco alemão (Ursprung des Deutschen Trauerspiels) e sua conexão com a concepção de história natural em dois sentidos distintos: Naturgeschichte, entendida como uma história paralisada que adquire a aparência de natureza; e Natürliche Geschichte, uma história desprovida da intervenção humana. Para desenvolver essa abordagem, Benjamin formula duas críticas centrais: (1) uma crítica ao conhecimento e ao subjetivismo no âmbito da historiografia, apresentada no “Prefácio Epistemo-Crítico” (Erkenntniskritische Vorrede); e (2) uma crítica à estética do símbolo, que contribuiu para a desvalorização da alegoria, exposta na segunda parte de sua obra, intitulada “Alegoria e Trauerspiel” (Allegorie und Trauerspiel). Nesse percurso, o primeiro momento concentra-se em demonstrar como Benjamin propõe uma “história filosófica” estruturada em torno da categoria de origem (Ursprung), buscando superar a dicotomia entre a contingência histórica e as ideias atemporais. Aqui, o conceito de história natural assume um papel central ao sustentar uma visão objetiva da história, em que qualquer questionamento sobre a realidade deve necessariamente emergir de uma interpretação histórica concreta. Nossa tese propõe que, por meio desse esforço, Benjamin oferece à filosofia uma perspectiva renovada para repensar as relações entre permanência e mutabilidade no âmbito da história. No segundo momento, dedicamo-nos a uma revisão do conceito de alegoria em Walter Benjamin, abordando as distâncias e críticas que ele apresenta à construção histórica do conceito no romantismo. Nossa hipótese é que a supressão da alegoria barroca em favor do símbolo durante o século XVIII não decorreu apenas em função de um conflito de valores estéticos. O favorecimento do símbolo também está relacionado ao conhecimento negativo proporcionado pela temporalidade da alegoria, que expõe a ilusão de um eu estável e atemporal. Na estética do símbolo, Benjamin identifica uma tentativa de encobrir a decadência e a fragmentação inerentes à vida. A análise do estudo de Benjamin, bem como de autores que contribuíram para essa discussão, nos conduz à conclusão de que a alegoria foi marginalizada porque enfrentá-la implica confrontar o conflito entre o eu e sua condição temporal