O discurso autobiográfico em a escola das facas, de João Cabral de Melo Neto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Sousa, Thais Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Letras - FL (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/5179
Resumo: O presente trabalho apresenta como objetivo principal analisar a obra A escola das facas (1980), do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, com o intuito de verificar de que forma o discurso autobiográfico comparece nessa obra. A crítica tradicional costuma tratar de João Cabral como poeta antilírico e o próprio Cabral assim se chamou. É fato que o poeta pernambucano desenvolveu, ao longo de seu projeto literário, uma postura racional e objetiva desde sua primeira obra, Pedra do sono (1942), evitando ao máximo realizar uma poesia voltada para si mesmo. Todavia, também é fato que negar falar de si já implica em retornar a si mesmo. É por isso que em diversos poemas cabralinos é possível perceber que embora o eu que fala tente simular uma negação de si, ele insiste em aparecer ao longo do caminho literário de João Cabral. Partindo do pressuposto de que nenhuma poesia pode ser despersonalizada, pelo menos não da maneira como tentaram afirmar alguns críticos, é que pensamos no livro A escola das facas e no eixo construtor do livro, que se organiza por meio da memória individual/coletiva de João Cabral. A obra de 1980 representa uma inovação se observarmos as obras anteriores. Isso se dá porque nos livros escritos anteriormente, Cabral evitou ao máximo falar de si, por meio da escrita de uma poesia das coisas, que negasse o retorno ao eu do poeta. Contudo, na obra que serve como objeto de estudo a este trabalho, João Cabral de Melo Neto abre espaço em sua poesia para a memória, que tanto é sua, como também é coletiva. Logo, a obra foi estruturada através de um discurso que pode ser autobiográfico e que parece reger a unidade compósita do livro. Sendo assim, o trabalho pretende analisar de que maneira o poeta que negou falar de si compõe os poemas que fazem parte de A escola das facas, com o intuito de verificar se ao voltar sua atenção para si mesmo há modificação no projeto poético de Cabral.