Em terra de sertanejo também tem regueiro: a música e a diáspora maranhense na grande Goiânia (2000-2016)
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de História - FH (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em História (RC) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/12360 |
Resumo: | A proposta neste trabalho foi estudar o reggae como um ritmo envolvido no processo de (re)construção identitária da comunidade maranhense na Região Metropolitana de Goiânia. Discutimos a migração de maranhenses para a Região Metropolitana de Goiânia. Buscamos entender a produção de uma identidade maranhense em um fenômeno que identificamos como diáspora. Sendo Goiânia uma cidade configurada por migrantes de várias regiões do país, localizamos a imigração maranhense como parte dessa história de migrações que caracteriza a cidade. O reggae é uma musicalidade identificada como jamaicana, cujo principal pano de fundo de suas primeiras canções foi o rastafarianismo, um movimento político e religioso de caráter messiânico que surge em meio às instabilidades sociais que penalizam, especialmente, a população negra do país, juntamente às influências do Pan-africanismo constituído em meio à efervescência dos processos de independência das nações africanas e ao pensamento cristão protestante presente na ilha. O movimento prega a emancipação do povo negro e o retorno redentor para a África. Da junção das mensagens rastafari cantadas ao ritmo dos encontros de musicalidades afro-caribenhas, como a rumba, o calypso, o rhythmand blues, o mento, forma-se o reggae. O ritmo chega à região de São Luís do Maranhão seja pelas rotas marítimas por meio do comércio marítimo, seja pelas ondas sonoras do Caribe para aquela região costeira norte/nordeste brasileiro e é fortemente recebido, sobretudo pela população negra das áreas periféricas da região. Chega também por meio do mercado de música internacional. O reggae jamaicano ao somar-se a traços culturais específicos da cultura maranhense passa por um processo de (re)significação adquirindo características peculiares na ilha que mais tarde viria a ser conhecida como Ilha de São Luís ou Jamaica Brasileira devida a proporção de popularidade atingida pelo ritmo maranhense entre a população local. Dos municípios do interior por onde se espalha o ritmo chega a Goiânia junto ao fluxo migratório que leva milhares de maranhenses a habitar a região. Nesse processo o reggae torna-se um amálgama de união da comunidade maranhense que identifica o ritmo como um representante da cultura do Maranhão e o torna um vetor no processo de (re)construção ou produção de uma identidade maranhense no exílio. Utilizamo-nos do trabalho etnográfico através de visitas de campo e entrevistas, a fim de obter informações sobre as formas de realizações do reggae e as semelhanças e diferenças em relação, principalmente, ao Maranhão. Dessa forma, buscamos entender as (re)significações do ritmo na diáspora maranhense na região metropolitana de Goiânia. |