Resposta clínica, virológica e imunológica em pacientes HIV-1 submetidos a genotipagem pré terapia antirretroviral no estado de Goiás

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Schmaltz, Cristhiane Dias Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - IPTSP (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical e Saúde Publica (IPTSP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/8071
Resumo: A aids é responsável por cerca de 2 milhões de mortes por ano, entretanto a introdução da terapia altamente eficaz em 1996 promoveu melhora significativa da sobrevida e qualidade de vida dos pacientes. No Brasil o Ministério da Saúde oferece gratuitamente medicação antirretroviral (ARV) há 15 anos. Porém a baixa adesão e o uso difundido de ARVs por longo prazo podem promover a seleção e transmissão de cepas virais resistentes a drogas ARV. Este estudo analisou resposta clínica, virológica e imunológica de 97 pacientes submetidos a genotipagem pré-terapia ARV do estado de Goiás entre os anos de 2007-2008. Revisões sistemáticas dos prontuários médicos foram realizadas por um período médio de dois anos pós a genotipagem. Resultados da genotipagem pré-tratamento indicaram 8/97 pacientes com resistência transmitida, sendo 5/8 homens que fazem sexo com homens. Segundo critérios da OMS o estadiamento clínico inicial dos pacientes com e sem resistência transmitida foi semelhante. Entre os pacientes com vírus selvagem, 15/89 abandonaram tratamento, 4/89 foram transferidos, 4/89 foram a óbito, dos quais 3 relacionados a aids, resultando em 66 pacientes acompanhados. Entre os 8 pacientes com vírus resistentes, ocorreu um óbito não relacionado a aids e dois pacientes abandonaram a terapia, resultando no acompanhamento de 5 pacientes. A terapia ARV nos pacientes com resistência transmitida levou a incremento na mediana das contagens de células CD4 + de 215% versus incremento de 225% em pacientes com vírus selvagens. Sob TARV em torno de 70% dos pacientes de ambos grupos apresentou carga viral indetectável. A infecção oportunista mais importante foi a monilíase oral em ambos os grupos. Em conclusão uma grande diversidade de desfechos clínicos foi observada em curto prazo após genotipagem para resistência. Estes desfechos variaram de sucesso terapêutico representado por incremento nas células CD4 + / viremia indetectável, a óbito por causa relacionada ou não à aids. Um número significativo dos pacientes abandonou tratamento ARV. Durante o acompanhamento não foi observada diferença estatisticamente significativa na evolução clínica, virológica e imunológica de pacientes com vírus resistente ou selvagem. Estes resultados destacam a importância da genotipagem pré-tratamento para escolha da terapia adequada, prevenindo falha terapêutica e suas repercussões imunológicas e clínicas, incluindo a instalação de doenças oportunistas e não relacionadas ao HIV. Além disso, a prescrição do esquema ARV adequado reduz a necessidade de esquemas terapêuticos mais complexos para terapia de resgate e de maior custo financeiro para o sistema de saúde pública brasileiro.