Conflitos territoriais e identidade quilombola da comunidade do Ambé no Amapá
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Instituto de Estudos Socioambientais - IESA (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Geografia (IESA) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10181 |
Resumo: | A presente tese intitulada Conflitos Territoriais e identidade quilombola na Comunidade do Ambé no Amapá, é resultado da pesquisa sobre a relação entre conflitos territoriais e afirmação da identidade quilombola dos membros da Comunidade do Ambé. A pesquisa originou-se do Doutorado Interinstitucional firmado entre o Programa de Pós-Graduação em Geografia, do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), iniciado no ano de 2016. A proposta de pesquisa insere-se na linha: Dinâmica Sócio espacial e foidesenvolvido durante os anos de 2017 a 2019. A Comunidade do Ambé está localizada no município de Macapá, no sudeste do Estado do Amapá, cujo acesso é por via terrestre pelas Rodovias BR-210 ou AP-070. As comunidades quilombolas são a herança do negro e de sua participação na construção da sociedade brasileira, conforme estudos de Fiabani (2008) e refletem um passado de exploração e escravidão, que hoje reconfigura-se por novas formas de exploração e expropriação e pela necessidade de resistência nas terras que ocupam para sua reprodução material e cultural. A pesquisa resgata a história das famílias ao se estabelecerem nas terras do Ambé, no início do século XIX, todavia, a periodização da pesquisa concentra-se na primeira década do século XXI, a partir de 2003 quando ocorre os processos de auto identificação e reconhecimento, diante dos conflitos territoriais e das políticas públicas oficiais às comunidades remanescentes de quilombos. O estudo proposto teve como objetivo principal compreender os aspectos da relação entre território e identidade e interpretar conflitos territoriais que a comunidade apresenta. O percurso metodológico buscou dialogar com abordagens da geografia humanista e com a hermenêutica fenomenológica na perspectiva de Paul Ricoeur (2007), e pretende-se um olhar hermenêutico das entrevistas com os quilombolas e não quilombolas, com a intenção de interpretar os depoimentos. Também foram entrevistados representantes de instituições que estabelecem um diálogo com a dinâmica socioespacial dos territórios quilombolas no Amapá. Os membros das instituições, que foram entrevistados, são representantes de instituições envolvidas nos processos de titulação, reconhecimento, identificação e conciliação dos conflitos que envolvem territórios quilombolas. Compreende-se que ações coletivas são importantes para a construção da identidade territorial, nesse sentido, para pensar a identidade a partir de uma perspectiva geográfica, adotou-se a proposição de Haesbaert (1999), segundo o qual determinadas identidades são construídas a partir da relação concreta, simbólica, material e imaginária dos grupos sociais com o território. Entende-se que os quilombolas, sujeitos marcados pela diferença étnica, produzem espacialidades distintas situados num âmbito social discriminado e vulnerável. A Geografia visa, dentre outras coisas, a interpretação do território e contribui para a reflexão sobre a situação social do quilombo e do negro contemporâneos. Constatou-se que os conflitos territoriais existentes estão relacionados à pressão latifundiária dos plantadores de grãos sobre as terras quilombolas, cujas terras vêm sendo ocupadas gradativamente. A dimensão territorial é imprescindível para a compreensão da identidade apresentada. A identidade quilombola é construída na relação com o território. E os conflitos se constituem para além do local e afetam diretamente as relações familiares da comunidade. |