Compensação da emissão de gases de efeito estufa na produção leiteira: o caso da integração pecuária-floresta na Fazenda Santa Bárbara em Quirinópolis - GO
Ano de defesa: | 2025 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Escola de Agronomia - EA (RMG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Agronegócio (EA) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/14340 |
Resumo: | Os Sistemas de Integração Pecuária-Floresta (IPF) são indicados, pelo governo brasileiro, como uma estratégia capaz de compensar 37,9 milhões de Mg de CO2 eq. até o ano de 2030. O Objetivo deste estudo é estimar o potencial de um sistema de integração pecuária-floresta em compensar as emissões da produção de leite em uma propriedade familiar (Fazenda Santa Barbara) localizada na região sul do estado de Goiás. Para tanto foram estimadas as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no processo de produção de leite utilizando a ferramenta Cool Farm Tool (CFT), uma calculadora de emissões de GEE em diversos sistemas produtivos em nível de fazenda, cujos dados de entrada foram coletados por meio de questionários e levantamento de campo realizados nos anos entre 2019/2020 e 2022/2023. Os estoques de carbono (C) no solo sob o renque e entre reques de árvores de eucaliptos foram determinados aos 4 anos após a implantação do IPF e nas árvores aos 32 meses e aos 101 meses após a implantação do IPF. Uma área sob pastagem contínua ao lado do IPF foi utilizada como referência para representar o status quo do estoque de C no solo arenoso (areia ~73%) da propriedade antes de implantar a IPF. A emissão total de GEE devido produção de leite na propriedade foi estimada pelo CFT em 326,55 Mg CO2 eq no período 2019/2020, e 267,37 Mg CO2 eq no período 2022/2023. A intensidade de emissão, ou quantidade de dióxido de C equivalente emito (CO2 eq.) por unidade de proteína produzida (Fat Protein Corrected Milk-FPCM), foi de 1,01 kg CO2 eq./ kg FPCM em 2019/2020 e 0,69 kg CO2 eq./ kg FPCM em 2022/2023. Em relação a área de pastagem referência, o estoque de C foi 9 Mg ha-1 maior sob renque de árvores de eucaliptos na IPF na camada 0.0-1.0 m de solo em 2019/20. A taxa de compensação de C foi calculada considerando o crescimento e o estoque de C no tronco das árvores de eucaliptos a partir da implantação da IPF em 2016, enquanto a emissão total de GEE da produção de leite e o estoque de C medido no solo foram considerados parâmetros fixos a partir das médias observadas entre 2020 e 2023. O componente florestal da IPF foi capaz de estocar 8,271 Mg ha-1 ano-1 aos 32 meses e 31,30 Mg ha-1 ano-1 aos 101 meses. A taxa de compensação de C aumenta ao longo dos anos proporcionalmente ao crescimento do componente florestal. No primeiro e segundo anos após a implantação do sistema IPF, cerca de 9,9% da emissão total proveniente da produção de leite na propriedade foi compensada pela captura de C no solo e nas arvores de eucaliptos. No terceiro ano, a compensação da emissão de GEE aumentou para 19,6%. Entre o quarto e sexto ano, a compensação foi de 39,1% e do sétimo ao oitavo de 47,1%. A partir deste estudo foi possível constatar a capacidade de mitigação de GEE pelo IPF em sistemas pecuários leiteiros. |