A apropriação dos aspectos constituintes da atividade pedagógica por professores de matemática em formação inicial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Maria Marta da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Pró-Reitoria de Pós-graduação (PRPG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (PRPG)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/9002
Resumo: A presente pesquisa insere-se em uma realidade marcada pela falta de clareza pedagógica acerca de ‘como organizar’ os processos de formação inicial de professores de Matemática e do ensino da Matemática escolar. Teve-se por objetivo investigar as ações de professores de Matemática em formação para que se compreenda o processo de apropriação dos aspectos constituintes de suas atividades pedagógicas. Para alcançar tal objetivo partiu-se do entendimento de que pensar o problema da organização da aprendizagem da docência em Matemática implica compreender os aspectos da atividade pedagógica desse professor como objeto de investigação. Conexo a esse objetivo e objeto de pesquisa, nos organizamos para dar respostas à seguinte questão: Quais ações dos professores em formação nos dão indícios do desenvolvimento do processo de apropriação dos aspectos constituintes da atividade pedagógica do professor de Matemática? Nesse caminho buscou-se apreender para além da aparência pseudoconcreta e de suas expressões singulares e particulares, identificar as relações essenciais que constituem e definem essa peculiar atividade social em que professores e alunos se engajam como agentes de transformação da realidade circundante. Os dados empíricos para a análise foram obtidos com base no desenvolvimento de um experimento formativo realizado com dez professores em formação matriculados na disciplina de Estágio Supervisionado II do quarto ano de licenciatura de Matemática em uma IES goiana. A base teórica foi a Teoria Histórico Cultural e os fundamentos filosóficos e metodológicos que derivam do Materialismo Histórico-Dialético. Deu-se ênfase às categorias movimento, contradição, mudança qualitativa e totalidade e ao conceito de consciência. A partir dos dados construíram-se três unidades de análise: 1ª - Os indícios de apropriação do planejamento como aspecto da atividade pedagógica; 2ª - Conteúdos: a compreensão do seu papel; 3ª - Avaliação: elemento integrador da atividade pedagógica. Em consonância com as unidades estabeleceu-se os episódios que se compuseram de cenas de onde foram destacados os flashes. Essa estrutura analítica mostrou-se capaz de realizar a apreciação da constituição da aprendizagem da docência por meio do ensino de Matemática da educação básica. Nesse caminho, objetivou-se apreender quais seriam os aspectos que constituem a atividade pedagógica do professor de Matemática. Os resultados alcançados dão ênfase a três aspectos: planejamento, conteúdo e avaliação, e colocaram também em evidência a interface entre eles, sendo esta entendida como um sistema no qual esses elementos se condicionam reciprocamente, sendo isto, um possível traço universal da atividade pedagógica do professor de Matemática situada na totalidade da sociedade capitalista. Os dados também revelaram a formação de princípios para a organização do processo formativo de professores de Matemática, conexo ao ensino da Matemática na educação básica. Evidenciam ainda que a relação entre os aspectos da atividade pedagógica planejamento-conteúdo-avaliação não se apresenta ao professor de forma pura e não pode ser pensada em si mesma, mas no interior de interdependências em movimento de condicionamento recíproco. Além disso, os dados apontam que a relação dos aspectos da atividade pedagógica se manifesta e se concretiza de forma singular, tendo o professor de organizá-la considerando a heterogeneidade da sala e reconhecendo o desenvolvimento como expressão singular-particular de leis universais inerentes ao sujeito. Dessa forma, o conhecimento pelo professor em formação das leis gerais e forças motrizes do desenvolvimento de caráter universal-abstrato deve se articular ao conhecimento matemático sobre as circunstâncias particulares do desenvolvimento de seus alunos. Assim, revela a expressão particular-concreta das leis gerais, num movimento de ascensão do abstrato ao concreto.