Religiosidade, saúde mental e qualidade de vida em mulheres com dor pélvica crônica
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Medicina - FM (RG) Brasil UFG Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (FM) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/11069 |
Resumo: | Introdução: A dor pélvica crônica (DPC) em mulheres pode associar-se a repercussões negativas na saúde mental e na qualidade de vida. Uma das estratégias utilizadas para lidar com as alterações de humor e com a dor crônica é a religiosidade. Objetivos: Avaliar a religiosidade e sua relação com a saúde mental, qualidade de vida e a intensidade da dor em mulheres com DPC. Métodos: Entre outubro de 2014 e fevereiro de 2016, conduziu-se um estudo de corte-transversal com 100 mulheres com DPC do Ambulatório de Dor Pélvica Crônica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. A religiosidade foi investigada por meio do Índice de Religiosidade de DUKE (DUREL), que contempla três dimensões: religiosidade organizacional (RO), religiosidade não organizacional (RNO) e religiosidade intrínseca (RI). A qualidade de vida foi avaliada, utilizando-se a versão abreviada do questionário World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-BREF), que contém quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio-ambiente. Para a avaliação da depressão, ansiedade e do transtorno misto ansioso e depressivo (TMAD) aplicou-se a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. A intensidade da dor pélvica foi mensurada por meio da escala visual analógica. O grau de associação entre os domínios da qualidade de vida e as dimensões da religiosidade foi calculado, utilizando-se o coeficiente de correlação de Spearman. Um modelo de regressão beta-binomial foi utilizado para comparar as médias das dimensões da religiosidade, de acordo com a ausência ou presença de ansiedade, depressão ou TMAD, ajustando-se por potenciais variáveis confundidoras (idade, cor da pele, escolaridade, índice de massa corpórea). Resultados: A média de idade das participantes foi 37,8 ± 8,0 anos. As participantes apresentaram média de duração da dor de 7,0±6,0 anos e de intensidade da dor de 7,8±2,1. Quase metade (49%) das participantes frequentavam um templo religioso pelo menos uma vez por semana e 62% realizavam orações ou o estudo da Bíblia ao menos uma vez ao dia. Não houve diferença significativa na média da RO, RNO e RI em mulheres com ansiedade ou depressão na análise não ajustada e na análise ajustada (todos p-valores > 0,05). A média da RI foi de 12,96±2,48 para mulheres com TMAD e de 13,98±1,41 para aquelas sem TMAD (p=0,04). Houve uma associação positiva modesta entre a RI e o domínio psicológico da qualidade de vida (r= 0,206; p= 0,04). Não houve relação da RO (r= -0,056; p= 0,58), RNO (r= 0,065; p= 0.52) e RI (r= 0,150; p= 0,14) com a intensidade da dor pélvica. Conclusões: Mulheres com DPC apresentaram elevada religiosidade. Mulheres com TMAD apresentaram menores níveis de religiosidade intrínseca. A religiosidade intrínseca associou-se positivamente ao domínio psicológico da qualidade de vida de mulheres com DPC. Além disso, a religiosidade não se relacionou à intensidade da dor pélvica. Nossos dados sugerem que profissionais de saúde devem abordar o tema religiosidade no manejo de mulheres com DPC. |