Experimentação e replicabilidade em ecologia aquática

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Santos, Letícia Pereira dos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás; Instituto de Ciências Biológicas - ICB (RG); Brasil; UFG; Programa de Pós-graduação em Ecologia e Evolução (ICB)
• Palavras-chave em Português: Eecologia aquática; Funcionamento do ecossistema; Reprodutibilidade; Revisão; Síntese; Aquatic ecology; Ecosystem functioning; Reproducibility; Review; Synthesis; CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA
• Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/10990

A experimentação em ecologia tem sido bastante abordada por pesquisadores devido a sua capacidade de controlar efeitos ambientais e biológicos de interesse, e assim obter evidências científicas mais robustas. No entanto, nos últimos anos tem havido um crescente debate sobre a “crise de reprodutibilidade” na ciência. A principal questão na falta de reprodutibilidade dos resultados está na falha do processo de validação de teorias científicas que se dá através do acúmulo de evidências por trabalhos replicados por diversos pesquisadores. Considerando os ecossistemas aquáticos continentais, por exemplo, nas últimas décadas, diversos experimentos têm buscado explicar as consequências geradas por mudanças na composição e riqueza das comunidades sobre as funções e serviços ecossistêmicos. Assim, dentro do contexto de replicação experimental em ecologia de ambientes aquáticos continentais, o presente trabalho teve como objetivos, divididos em três capítulos: (i) avaliar os estudos experimentais em ecologia aquática através de uma revisão sistemática; (ii) discutir a replicabilidade e reprodutibilidade dos experimentos de maior destaque na ecologia aquática e (iii) quantificar o efeito global da biodiversidade sobre o funcionamento de ecossistemas aquáticos continentais através de uma meta-análise. Em geral, os temas abordados experimentalmente na ecologia aquática são bastante diversos e dinâmicos ao longo do tempo. Nas primeiras décadas houve um aumento no número de novos tópicos desenvolvidos através de experimentos. Nas últimas décadas, os pesquisadores buscaram focar principalmente na replicação em diferentes dimensões das perguntas ecológicas já testadas inicialmente. É importante destacar, no entanto, que a confirmação ou não dos resultados originais dos experimentos em ecologia aquática se dá em diferentes níveis de replicação secundária. Replicações exatas, por exemplo, são inexistentes, visto que sempre há, em algum grau, uma heterogeneidade entre os estudos. Por outro lado, em geral, as perguntas originais replicadas, podem ser generalizadas para outros organismos e ecossistemas. Entretanto, ao mesmo tempo é necessário ter cautela na interpretação das generalizações na natureza, devido às diferentes condições de heterogeneidade que os experimentos são manipulados, e próprios dentro da disciplina de Ecologia. Embora seja conhecido que a biodiversidade melhora o funcionamento dos ecossistemas, por diversas evidências experimentais que corroboram essa premissa, dada as diferentes condições experimentais que um determinado teste de hipóteses da relação biodiversidade e funcionamento dos ecossistemas podem ocorrer, o efeito dessa relação poderá estar superestimada ou subestimada quando comparados conjuntamente os resultados individuais em uma síntese meta-analítica. Em termos gerais, as questões ecológicas abordadas nos experimentos são replicadas em diferentes níveis, considerando diferentes abordagens conceituais e metodológicas para reproduzir resultados semelhantes e buscar por padrões ecológicos.