Avaliação do efeito da expressão do gene da interleucina 32 (IL-32) humana em modelo murino de infecção por Leishmania (Leishmania) amazonensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Muriel Vilela Teodoro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública - IPTSP (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Biologia das Interações Parasito-Hospedeiro (IPTSP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/6333
Resumo: A IL-32 é uma citocina pró-inflamatória que apresenta diferentes isoformas. A isoforma IL- 32γ é a mais potente e foi detectada em lesões de pacientes com leishmaniose tegumentar americana. Células murinas respondem à IL-32, no entanto, camundongos não têm o gene para essa citocina. Para entender o papel da IL-32 na infecção por Leishmania (Leishmania) amazonensis, foram utilizados camundongos transgênicos para a IL-32γ humana (IL-32γTg). Camundongos C57BL/6 (WT) e C57BL/6 IL-32γTg foram infectados com formas promastigotas de L. amazonensis na orelha. O desenvolvimento da lesão foi acompanhado semanalmente com paquímetro digital (medida em mm de lesão). Após 3, 6 e 9 semanas, os animais foram eutanasiados para análise de parasitismo tecidual, pela técnica de diluição limitante, nas orelhas infectadas, no linfonodo drenante e no baço dos camundongos. As células do linfonodo drenante foram incubadas (48 h), na presença ou ausência de antígeno de L. amazonensis (Ag), para análise de citocinas pela técnica de ELISA. Camundongos IL- 32γTg apresentam produção de IL-32 no baço, fígado, linfonodo e orelha. Camundongos IL- 32γTg apresentam uma lesão menor do que a lesão dos camundongos WT, na terceira semana de infecção. Da 5ª até a 9a semana de infecção, os dois grupos apresentaram perfis semelhantes de desenvolvimento da lesão. Curiosamente, na 3ª semana de infecção, a carga parasitária na lesão do camundongo IL-32γTg era 100 vezes maior do que a dos camundongos WT. Após três semanas, os camundongos IL-32γTg mantiveram a mesma carga parasitária até nove semanas. Em camundongos WT, no entanto, o número de parasitos aumentou exponencialmente durante as semanas avaliadas. A carga parasitária do linfonodo e no baço foi menor nos camundongos IL-32γTg, quando comparado com camundongos WT. Não foi observada diferença nos perfis histológicos das lesões nos camundongos WT e IL-32γTg infectados por L. amazonensis. Não foi observada nenhuma diferença entre os grupos WT e IL-32γTg em relação à produção de citocinas (IFNγ, TNFα e IL-10), pelas células dos linfonodos estimuladas com Ag, na 3a, 6a e 9a semana de infecção. Os nossos dados sugerem que a IL-32γ favorece a infecção por L. amazonensis nas fases iniciais, permitindo o crescimento do parasito; no entanto, essa citocina parece limitar o crescimento e a disseminação dos parasitos nas fases mais tardias da infecção. As análises in vitro mostraram porcentagem de células infectadas e número de parasitas por célula infectada semelhantes nos macrófagos dos WT e IL-32γTg com 3 e 48h de infecção por L. amazonensis. Entretanto, a produção de NO por macrófagos parece ser menor nas células de camundongos IL-32γTg durante a infecção por L. amazonensis. Compreender os mecanismos pelos quais a IL-32γ modula a infecção por L. amazonensis nos camundongos é fundamental para a definição dos componentes que controlam a leishmaniose tegumentar causada por esta espécie em seres humanos.