Jovem e violência: processos de socialziação na sociedade contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: SOUSA, Odileia Carmo de lattes
Orientador(a): LIMA, Dalva Maria Borges Dias lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Sociologia
Departamento: Ciências Humanas
País: BR
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tde/1615
Resumo: Este trabalho propõe a análise da relação jovem e violência, a partir do processo de socialização por eles vivenciado. A pesquisa é realizada com jovens entre 16 e 23 anos de idade na periferia de Aparecida de Goiânia. Busco problematizar a relação que esses jovens de periferia estabelecem com as tradicionais agências socializadoras, a família e a escola, e acrescento o trabalho e a polícia como agências também encarregadas desse processo na atual sociedade contemporânea. A discussão aponta para o fato de que as tradicionais instituições se mostram frágeis, não sendo mais centrais no que se refere aos valores e às normas estabelecidos para esses jovens no atual contexto de uma sociedade globalizada em constantes mudanças e que não mais oferece as certezas e as seguranças do passado. O jovem hoje tem acesso a múltiplas referências culturais, construindo, assim, um conjunto heterogêneo de redes de significados, que são articulados e adquirem sentido em sua ação cotidiana. Na juventude eles buscam outros referenciais para a construção da identidade fora da família, onde o grupo de amigos passa a cumprir um papel fundamental em sua socialização. O grupo ao qual passam a fazer parte assume uma centralidade na vida desses jovens por intermédio das novas formas de sociabilidade que constroem, tornando-se uma referência na elaboração e vivência da condição juvenil. Procuro aprofundar a compreensão sobre o significado da participação de jovens de baixa renda da periferia da cidade de Aparecida de Goiânia, explorando principalmente o contexto dos processos de socialização que estes experimentam e identificando os significados que atribuem às suas condutas e à constituição de um problema social a partir de comportamentos violentos. Os elevados níveis de violência entre os jovens não só da periferia de Aparecida de Goiânia, mas de todo o Brasil, são favorecidos pelas mudanças operadas na constituição dos núcleos familiares, pelas transformações e degradação do sistema educacional, pelas mudanças e exigências colocadas pelas alterações no mercado de trabalho, bem como pela influência do grupo de amigos (galera). Este último é determinante nessa fase da vida e cada grupo possui suas regras próprias, seus próprios valores, banalizando, muitas vezes, a violência, ou até mesmo utilizando-a como forma de status, uma vez que é requisito de respeito entre os membros. Isso influi de forma significativa no processo de socialização desses jovens.