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"Você, só que melhor": biohacking e os sentidos do aprimoramento na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Morais, Deyvid Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Ciências Sociais - FCS (RG)
Brasil
UFG
Programa de Pós-graduação em Sociologia (FCS)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/11786
Resumo: As dinâmicas do trabalho e da medicalização da vida tornaram o aprimoramento objeto de crescente interesse e discussão, aliados a demandas de atenção, desempenho e saúde em nossa sociedade. É neste contexto que o movimento biohacking se populariza com a intenção de tirar o máximo proveito da capacidade física e cognitiva, incluindo a adoção de técnicas, produtos, dietas alimentares e medicamentos para este fim. Para compreendermos este fenômeno, é fundamental revelar os sentidos relacionados a essas práticas, bem como as condições históricas e sociais que as impulsionaram. Nesta pesquisa investiguei conteúdos e comunidades online sobre biohacking e realizei entrevistas com pessoas que consumiram nootrópicos, ou seja, substâncias que supostamente induzem o aprimoramento cognitivo. Os conteúdos sobre aprimoramento se mostraram frequentemente cooptados por uma racionalidade neoliberal, própria da atual fase do capitalismo que estabelece subjetivamente ideais de sucesso e meritocracia que leva, ao mesmo tempo, ao adoecimento psíquico e esgotamento, podendo as práticas de aprimoramento servirem como novas ferramentas de exploração pelo trabalho. Há ainda um caráter cientificista, intensificado pelo avanço de uma perspectiva biológica sob o campo do social, em que as emoções dão lugar a corpos entendidos como meros objetos de intervenção. Contudo, apresento que outros sentidos fora do contexto neoliberal e cientificista, podem ser negociados nas práticas de aprimoramento e biohacking, se pensadas criticamente a partir das experiências de resistência e da diferença, promovendo valores de cooperação, cuidado e saúde contrários aos imperativos pela individualização.